Resenha: Big Thief doloroso e pessoal em Capacity

big thief
8.5

Grupo do Brooklyn alia lirismo com temas pesados no segundo álbum

Neste segundo disco esta banda do Brooklyn retornou com um trabalho ainda mais emotivo e pessoal. São muitas referências que soam bastante particulares, desde a capa com um jovem segurando um bebê até versos que sugerem que episódios doloridos estão sendo desenterrados. A voz de Adrianne Lenker (que divide guitarras com Buck Meek) segue mais encorpada, apoiada por uma cozinha uníssona formada por Max Oleartchik (baixo) e James Krivchenia (bateria).

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Musicalmente este disco é mais ousado que a estreia, Masterpiece (2016). O som do grupo ficou menos rebuscado e mais limpo, quase minimalista. Isso acabou reforçando o clima melancólico que perpassa todo esse disco. É um trabalho que soa como uma trilha de desolação para aqueles ouvintes que desejam se desligar para curtir momentos mais introspectivos.

Lenker segue como uma das compositoras mais criativas do indie-rock hoje ao aliar lirismo a temas pesados que chegam contundentes, sem rodeios. Não é um disco de faixas fáceis e há até alguma repetição, sobretudo na metade final. Mas é um trabalho que certamente tem sua beleza.

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Foto: Shervin Lainez.