Crítica-Disco: Irmão Victor chega mais experimental e lisérgico em “Cronópio?”

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IRMÃO VICTOR
Cronópio? [Chupa Manga Recs, 2018]
Produzido por Marco Benvegnú

O pop psicodélico tem se tornado uma tradição dentro da música alternativa brasileira hoje. Irmão Victor, projeto de Marco Benvegnú, é um dos principais expoentes hoje dessa seara. Mas ele adiciona dois elementos que distingue sua banda de nomes como Boogarins e BIKE: a busca pela experimentação e letras nonsense.

Mais do que mostrar um domínio da lisergia oriunda dos anos 1960, o que temos aqui é um trabalho minucioso que busca levar as faixas para interessantes caminhos, seja com arranjos inusitados, seja com efeitos sonoros ou mesmo variações repentinas nas músicas. Já as letras tornam esse disco divertido de tão absurdo. Escondido dentro de uma possível crônica do estilo de vida sulista vemos aqui paisagens psicodélicas, improváveis, permeadas de imagens que são totalmente desplugadas da realidade. Caso de “Escondi uma Baleia Embaixo da Cama (Pra Cantar Enquanto Tu Dorme)”, “Marco Antônio Vs. Os Príncipes da Disney” ou “Canção para Minha Chaleira Vermelha”.

Cronópio? chega depois do disco Passos Simples para Transformar Gelatina em um Monstro, sendo que agora me parecem mais experimentais. Trabalho bastante peculiar no cenário atual, o Irmão Victor trafega na direção contrária das expectativas e das fórmulas já prescritas da música e isso é bem-vindo.