Crítica – Disco: Sufjan Stevens | Carrie & Lowell

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Foto: Divulgação.
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Sufjan Stevens faz disco sobre as dores e as delícias de sua própria família

O folk perfeccionista de Sufjan Stevens está de volta após 10 anos em um disco que é um épico doloroso e emocionado sobre sua família. Um registro intimista sobre memória e tudo o que isso envolve, como arrependimento, luto, alegrias e saudade.

Ao olhar para os próprios demônios escondidos dentro de álbuns de fotografia bolorentos, Stevens decidiu contar a história de sua família sem pudor e com um misto de condescendência e dureza. O álbum Carrie & Lowell acompanha a vida de Carrie, sua mãe, que sofria de esquizofrenia e transtorno psicótico bipolar, além de lutar por anos contra vício em drogas. Já Lowell, que também batiza o disco, é o padrasto de Stevens, com quem mantinha uma boa relação (ele seria o diretor da gravadora do músico, a Asthmatic Kitty).

Ao longo do disco, Sufjan vai passeando por suas memórias com referências específicas sobre sua infância e adolescência, como a delicada “Eugene”. Depois de flertar com o construtivismo pop em discos anteriores, como Illinois, e fazer um folk-cabeça cheio de experimentação, ele decidiu seguir a trilha de nomes como Nick Drake. Ou seja: arranjos sofisticados e coração aberto em um álbum que soa belo e delicado ao falar de temas pesados como morte e angústias. [Fernando de Albuquerque]

surfjanSUFJAN STEVENS
Carrie & Lowell
[Asthmatic Kitty, 2015]

8,0