Crítica: Juliana Hatfield | There’s Always Another Girl

juliana hatfield

Esperanças para um domingo

Por Juliana Dias

O segundo álbum da cantora e ex-Blake Babies Juliana Hatfield, There’s Always Another Girl abre com um violão no estilo “sad girl with guitar” (o que alguns chamam de pop melódico) e a voz rouca em “Change de World”>: “If I believe in luck, I would go up to the roof”. Logo de cara, já percebemos que é um álbum sobre possibilidades remotas, tanto na vida quanto no amor, no estilo “Creep”, do Radiohead. O disco continua com a grudenta “Taxicab”, com direito a barulho de carro na introdução e a repetição de “No, no, no, no, I don’t wanna dance” e sua guitarra simpática, somada às doces batidas.

Depois vem a faixa título do álbum: “There’s Always Another Girl”, que conta sobre uma garota apaixonada por um garoto que está a fim de uma terceira garota muito mais interessante que os dois juntos: “cause there’s always another girl, and you want her, and you really want she wants you”.

A quebra desse momento creep é feita com “Candy Wrappers”, mais rápida e feliz, mas logo interrompida pelo clima dos pratos melancólicos e da guitarra quase chorosa de “Someone Else’s Problem”. “Sex and Drugs” é a mais animada e a candidata a tocar em uma futura Indie Disco, apostando na repetição de versos na singela voz da Hatfield. “Stray Kids”, a oitava faixa, consegue unir o espírito do conjunto triste-porém-alegre, com batidas leves.

Segue com a tríade de “Failure”, “Vagabond” e “Candy Wrappers” (com uma leve desafinada da cantora). As 14 músicas compõem um álbum agradável, um tanto esperançoso, mas sempre com o mote de amores não correspondidos e um clima de domingo solitário.

julianahatfieldthereisalwaysanotheragirlJULIANA HATFIELD
There’s Always Another Girl
[Sweet Oblivion, 2011]

NOTA: 6,5