Resenha: Halsey busca caminhos pouco óbvios no pop em “hopeless fountain kingdom”

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É interessante o fato da indústria pop volta e meia revelar artistas com ambição estética. Enquanto nomes que aliam ousadia, potência vocal e sucesso comercial, a exemplo de Rihanna e Beyoncé, ainda seguem como raridade, Halsey tem se mostrado como um bom intermediário. Neste segundo disco, a norte-americana de Nova Jersey traz um trabalho conceitual que alia futurismo com romance à la Shakespeare.

A história trata de um casal de amantes que vivem em um reino citado no título. Em uma proposta meio decalcada de Romeu e Julieta, o amor desses dois não vai ser possível porque as famílias se odeiam. Assim como seu trabalho de estreia, Badlands, Halsey fez um álbum todo conceitual, ainda que a trama não seja assim tão original. Ainda assim, é interessante ver que ela percorreu caminhos menos óbvios dentro de um segmento tão saturado quanto o pop.

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É interessante também notar o quanto ela usa sua persona pública para destacar sua autenticidade frente a um pelotão de cantoras destinadas a jogar o jogo competitivo da indústria do showbiz. Halsey parece não dar a mínima e é conhecida por declarações controversas. Também se declarou bissexual (algo raro de se assumir para quem almeja o topo do showbiz) e falou abertamente sobre sua bipolaridade.

Ainda que se veja como representante de um pop alternativo ela se encontra atualmente em uma interseção comercial bem aparente, com hits radiofônicos como “Now or Never” e “Strangers”. Como se lançou numa proposta comercial, hopeless fountain kingdom fica meio cansativo com suas 16 faixas. A produção ficou a cargo de nomes interessantes e inovadores do pop como Benny Blanco e Greg Kurstin e as faixas contam com elementos de synth-pop e eletrônica, além de destacarem o timbre vocal de Halsey. Um disco de pop que vale a audição e uma cantora que merece a atenção que demanda.

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