Adeus a Elza Soares, um dos maiores nomes da música popular brasileira

A artista morreu aos 91 anos de causas naturais, no Rio de Janeiro

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Foto: Daryan Dornelles/Divulgação.

Elza Soares, um dos maiores nomes da música popular brasileira, morreu nesta quinta (20), aos 91 anos, no Rio de Janeiro. Segundo a assessoria, a artista faleceu de causas naturais.

“Ícone da música brasileira, considerada uma das maiores artistas do mundo, a cantora eleita como a Voz do Milênio teve uma vida apoteótica, intensa, que emocionou o mundo com sua voz, sua força e sua determinação”, diz o texto.

“A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim.”

Elza Gomes da Conceição começou a carreira nos anos 1950, no samba. Ela estreou com “Se Acaso Você Chegasse”, parte da cena do sambalanço, que a consagraria no início da vida artística. Foi desse período o célebre episódio em que, constrangida por Ary Barroso no programa de calouros, ela deu uma resposta cheia de altivez e dignidade. “De que planeta você vem, menina?”, perguntou o apresentador. “Do mesmo planeta que você, Seu Ary. Eu venho do Planeta Fome”.

Da primeira fase de sua carreira, que vai até meados dos anos 1960, Elza lançou trabalhos como O samba é Elza Soares” (1961), “Sambossa” (1963), “Na roda do samba” (1964) e “Um show de Elza” (1965).

Nos anos 1970, ela vivenciou sucessos com um samba mais tradicional, a exemplo de “Salve a Mocidade” (Luiz Reis, 1974) e “Bom dia, Portela” (David Correa e Bebeto Di São João, 1974). Nos anos 1980, foi resgatada do ostracismo por Caetano Veloso e participou do samba-rap “Língua”, faixa de Velô (1984). Nos anos 2000 apostou na eletrônica e no pop com “Do cóccix até o pescoço”, com direção de José Miguel Wisnik.

Em 2015 retornou ao cenário musical após um período afastada para ser aclamada com um dos mais importantes discos da música brasileira recente: A Mulher Do Fim do Mundo. Com esse trabalho ela rodou o Brasil e descobriu novos públicos. “Me deixem cantar até o fim”, disse Elza no verso da faixa-título.

Leia a entrevista que fizemos com Elza Soares: “quisera eu cantar só alegrias, mas não posso”