Africanidade é tema central do 27º Festival de Teatro do Agreste

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Le Cargo, Chorégraphie et interprétation : Faustin Linyekula Studios Kabako - création 2011 - Centre national de la danse
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Le Cargo, coreografia e interpretação : Faustin Linyekula Studios Kabako (Foto: Agathe Poupeney/Divulgação)

 

Até o próximo dia 29 de outubro, está em andamento, nas cidades de Caruru e Recife, o 27º Festival de Teatro do Agreste (FETEAG), uma realização do grupo Teatro Experimental de Arte (TEA), oferecendo espetáculos de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Alagoas e São Paulo, e também provocações cênicas que chegam da Alemanha, Suíça, Itália e, especialmente, da África. Em 2016, o festival propôs o tema “Corpos Fluídos”, discutindo os limites entre teatro, dança e performance. Nesta edição o tema central é a Africanidade, abordando a nossa relação cultural com o continente africano.

 

Preconceitos, identidade, branquitude/negritude, ancestralidade e história são alguns dos assuntos em pauta nas peças e discussões programadas, como explica o produtor executivo do FETEAG, Fábio Pascoal, também um dos curadores do evento. “O tema deste ano trata da herança cultural negra presente na nossa sociedade, como uma das bases da formação do Brasil como Nação. O evento busca abordar temas complexos como preconceito e identidade, através dos espetáculos selecionados e dos debates promovidos. Tudo vem na perspectiva de problematizar tais questões, pois primeiramente somos um festival de teatro. Queremos é romper ‘caixinhas’ e discutir, fugindo do patrulhamento ideológico”, lembra ele.

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Espetáculo Isso Não É uma Mulata. Foto: Andrea Magnoni/Divulgação

 

São 36 anos desde a primeira edição do FETEAG, em 1981, já que o Festival passou alguns anos sem poder ser realizado por falta de parcerias. Em 2017, o 27º FETEAG conta com patrocínio da Prefeitura de Caruaru, incentivo do Funcultura e apoio da Caixa Econômica Federal, Goethe Institut (Alemanha), Prohelvetia (Suíça), Institut François (França), SESC Pernambuco e Prefeitura do Recife. “Manter este festival é um ideal de vida que vai além da nossa vontade. E o que nos move é realmente a persistência, pois nada é fácil. Precisamos a cada edição começar do zero. Por isso levantamos a bandeira da criação de uma agenda de festivais para Pernambuco, pois é preciso reconhecer a importância deles na promoção da cultura no Estado”, lembra Fábio Pascoal.

 

A programação, totalmente gratuita e também contando com palestra, workshop, debates, seminário e oficinas gratuitas, ocupará não só casas de espetáculos, mas também espaços alternativos, como casas e apartamentos residenciais, salões e associações de moradores de bairros periféricos e de distritos da Zona Rural de Caruaru.

 

Maiores informações sobre a programação e workshops no site :

www.feteag.com.br