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Avatar – A Lenda de Aang: representatividade que faz diferença

Quadrinista sino-americano Gene Luen Yang traz novas nuances para a adaptação aos quadrinhos do sucesso da Nickelodeon

Avatar – A Lenda de Aang: representatividade que faz diferença
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AVATAR – A LENDA DE AANG: A PROMESSA
Gene Luen Yang (roteiro) e Gurihiru (arte)
Intrínseca, 232 pp, R$ / 2022. Tradução de Ulisses Teixeira

Gene Luen Yang é um dos nomes mais prestigiados dos quadrinhos autorais estadunidense e tem se tornado uma referência quando pensamos em boas narrativas voltadas para leitores jovens. A gigante Nickelodeon foi atrás desse prestígio para o novo projeto de levar a série de sucesso Avatar para as HQs. O primeiro volume, A Promessa, chegou agora ao Brasil pela Intrínseca e, com certeza, vai agradar aos fãs do desenho, sobretudo pela eficiência que a obra traz em emular não só o estilo da animação, como o seu espírito leve, que une comédia e ação em um tom incrivelmente equilibrado.

A escolha de Yang para o roteiro foi bem recebido pelos fãs da série, sobretudo depois do fiasco da adaptação para o cinema, cujo maior problema foi invisibilizar a subjetividade da importância da influência asiática do desenho. Yang, famoso por conta do gibi O Chinês Americano (primeira HQ a ser finalista do National Book Award), é filho de chineses que emigraram para os EUA. Essa representatividade fez bastante diferença para o quadrinho, pois A Lenda de Aang ganha nuances que apenas alguém com essa ascendência conseguiria atingir. Além disso, Yang traz para esse trabalho sua incrível capacidade de criar personagens redondos, que se traduzem em profundidade de uma maneira bastante fluida.

O resultado é uma leitura incrivelmente satisfatória – bastante semelhante à experiência de assistir ao desenho animado. A capacidade de imersão no universo de Avatar sempre foi uma das maiores qualidades da animação da Nickelodeon e essa característica foi transposta com cuidado para esta adaptação aos quadrinhos. Os desenhos de Gurihiru são muito próximos do que vemos na TV e parte do sucesso dessa HQ se deve a isso. Os detalhes dos uniformes, cenários, armas, expressões dos personagens, edificações, tudo foi reproduzido aqui de maneira praticamente idêntica ao original. Para alguns leitores, porém, tanta semelhança pode acabar se tornando um empecilho, sobretudo para quem busca uma ampliação da experiência e não uma continuidade.

Mas, mesmo com uma similaridade muito evidente, esta HQ está bem acima da média das outras adaptações de desenho animado que já vimos nos últimos anos. Yang sabe utilizar bem a linguagem dos quadrinhos para criar uma história divertida que faz um uso inteligente dos recursos que tem à disposição. Representatividade, afinal, importa, sobretudo quando a sensibilidade alcançada repercute em uma experiência prazerosa como essa.

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