Cobertura Se Rasgum 2014: Noite de estreia celebra pop e MPB com Nei Lisboa e Camila Honda

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Nei Lisboa não quer saber de nostalgia. (Foto: Divulgação).
Camila Honda é novidade da cena pop de Belém. (Divulgação).
Camila Honda é novidade da cena pop de Belém. (Divulgação).

Por Tathianna Nunes
Em Belém

Com o Teatro Margarida Schivasappa lotado e receptivo em plena quarta-feira (20), o Festival Se Rasgum 2014 celebrou o pop e a MPB em seu primeiro dia. O nome da noite foi o gaúcho Nei Lisboa ovacionado pelo público que cantava em coro seus hits de vinte/trinta anos atrás como também conhecia as canções de A Vida Inteira, décimo disco de carreira, lançado em 2013 via crowdfunding, há exatos trinta anos depois da estreia.

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Entre uma música e outra, Nei conversava com seu público e fazia questão de contar as histórias por traz de suas novas composições. Se em 1988, ele cantava que queria “morrer bem velhinho, assim, sozinho, ali, bebendo um vinho e olhando a bunda de alguém”, um pouco mais de 20 anos e muitos cabelos brancos depois, este gaúcho mostra que agora quer contemplar a vida, sem deixar de lado o sarcasmo e humor.

Em canções como “Mão Demais” (que traz uma bela crônica das manifestações que tomaram as ruas brasileiras no último ano), ou “Vida Inteira” (declaração de amor a sua filha), Nei Lisboa mostra-se um grande observador do cotidiano em suas novas composições. Simpático, o gaúcho atendeu aos pedidos do público e tocou hits de sua época dourada como “Telhados de Paris”, “A Faxineira” e “Baladas”.

Do Pará

Ficou com a paraense Camila Honda a responsabilidade de abrir 9º Festival Se Rasgum. Classificada através das seletivas realizadas em junho, a artista levou ao palco do Teatro Margarida Schivasappa o repertório do seu primeiro disco, “Camila Honda”, produzido pelo conterrâneo Felipe Cordeiro.

Camila bebe do folk, do pop, da MPB e da tropicália, mas o que encanta e destaca a sua música são os timbres da música paraense, principalmente das guitarradas, mescladas de forma sutil a todas essas referencias. A paraense incluiu, ainda no seu repertório, sua versão “forró-fofa” de O Sabiá, de Luiz Gonzaga, e se despediu com “Twiggy Twiggy”, de Pizzicato Five.

Nei Lisboa não quer saber de nostalgia. (Foto: Divulgação).
Nei Lisboa não quer saber de nostalgia. (Foto: Divulgação).

Paraense radicado em São Paulo, Antonio Novaes voltou a Belém para apresentar o seu mais novo trabalho Antônimo, uma síntese de suas experiências musicais – Antonio estudou em São Francisco (EUA), passou um tempo em Milão e é ex-integrante d’A Euterpia, banda paraense de música pop que fez sucesso no final dos anos 90.

As referências de jazz pescadas em encontros com instrumentistas italianos acrescentaram novos elementos à sonoridade que mistura as influências amazônicas do compositor. Num teclado Korg, Antonio se apresentou acompanhado de guitarra, baixo, bateria, trio de metais e da impressionante e elegante Cacau Novais, com quem dividia os vocais. Foi uma apresentação curta, porém instigante que conquistou um público animado e ansioso pelo gaúcho Nei Lisboa.

O 9º Festival Se Rasgum continua nesta quinta-feira (21) com Orquestra Contemporânea de Olinda (PE), Camaronês Orquestra Guitarrística (RN), Biltre (RJ) e Ultranova (PA) na Estação das Docas, a beira Rio.