Crítica – Disco: BJ The Chicago Kid corresponde ao legado da Motown em álbum de estreia

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A estreia em estúdio do cantor de R&B Bryan James Sledge (ou BJ The Chicago Kid, como é conhecido) corresponde às expectativas da casa que o acolheu, a lendária gravadora Motown, de lendas da música negra norte-americana. In My Mind busca no prestígio do soul possibilidades para inovar dentro do gênero.

Depois de uma série de mixtapes e um disco lançado de forma independente (Pineapple Now-Laters), BJ foi sedimentando seu caminho no meio hip hop, onde colaborou com nomes como Freddie Gibbs (“Smokin’ and Ridin'”) e Kendrick Lamar (“His Pain”). Não a toa nesta sua estreia seu talento é corroborado por participações especiais da nata do gênero, como o próprio Lamar (na nostálgica “New Cupid”), Chance The Rapper (“Church”) e Big K.R.I.T (“The Resume”).

Os melhores momentos de In My Mind é quand BJ se apropria das tradições do soul e R&B para criar um atmosfera inventiva, cheia de experimentações, mas com produção coesa. Ele ainda remete ao cerne do soul ao se colocar em uma jornada reflexiva/introspectiva, questionando sua ética, seus valores (“Church”) ou ainda seus relacionamentos (“Wait Til The Morning”). James Brown, D’Angelo, todos devem estar orgulhosos.

O disco apenas se perde por apostar em um registro longo, de mais de uma hora e 15 músicas, o que perde um pouco da força da audição, que fica diluída nas faixas finais. Ainda assim In My Mind é a prova de um artista jovem, mas muito seguro do próprio talento.

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