Crítica – Disco: Meek Mill | Dreams Worth More Than Money

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Divulgação.
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Meek Mill mostra o lado difícil do sonho americano

O segundo disco do rapper Meek Mill traz olhares interessantes sobre o tal sonho americano. E, além do clichê, ele faz isso com um debate sobre o lado mais difícil dessa “terra de oportunidades” que são os EUA. O problema deste segundo disco de Mill é que carece de nuances. As letras são forçadas a um extremismo, trazendo opiniões às vezes rasas de temas como sistema criminal, educação e justiça social.

Dreams Worth More Than Money é também a tentativa de Mill em explorar ainda mais o hip hop mais comercial. Ele parece entender sua audiência e se distancia de nomes mais experimentais e independentes como Kendrick Lamar, Vince Staples e Odd Future para reinar sozinho em um rap que evoca bastante os anos 90-2000 (no que isso tem de bom e ruim).

O disco mostra segurança em Mill em firmar um estilo próprio. Depois de uma estreia em álbum cheia de estrelas, ele retornou para seu segundo trabalho com mais amigos famosos, como Nicki Minaj, Drake, The Weeknd, Diddy e Rick Ross. Mas é sua colaboração com Future que lhe faz mais bem. “Jump Out The Face” traz uma base poderosa em um estilo tipicamente gangsta. É um tipo conservador de protesto contra o sistema, mas é honesto nas intenções.

Em um ano tão incrível para o rap, Meek Mill parece deslocado com seu disco sobre carros, joias e poder. No entanto, sua visão sobre o sonho americano, ainda que não apresente nada de impressionante, merece também ser ouvida. [Paulo Floro]

meek4MEEK MILL
Dreams Worth More Than Money
[Maybach Music, 2015]

6,5