Crítica – Disco: Sébastien Tellier | L’Aventura

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Sébastien Tellier cria álbum dançante em cima de clichês de brasilidade

O produtor e cantor francês Sébastien Tellier sempre demonstrou seu apreço pela música brasileira, tanto na influência direta quanto na ambientação de um estado de espírito aparentemente fugaz e sexy. Esses chavões de nossa cultura acabaram dando certo em L’Aventura, sexto álbum de sua carreira.

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Tudo o que conhecemos de Tellier e que fez gostarmos tanto dele retornam para este disco, como a psicodelia, o vocal cheio de sex-appeal e batidas electro desconstruídas para gerar faixas dançantes e malemolentes. Mas há um certo esgotamento da fórmula, o que não é um problema caso o ouvinte tenha acabado de entrar em contato com a música do artista.

Quem conseguir se esquivar de clichês brasileiros que cimentam praticamente todas as faixas vai se deparar com um trabalho cheio de bons momentos. Soa despretensioso em certo ponto e um pastiche em outros. “L’Amour Carnaval” traz um espécie de valsa para falar de um namorico carnavalesco. “Ambience Rio” é a tentativa do música de resgatar o samba de baile para uma atmosfera electro. Até que dá certo. Já “Ricky l’adolescent”, que destoa um pouco do resto do disco, acaba figurando como a melhor das faixas, com Tellier levando sua opulência ao limite.

Não é o melhor disco de sua carreira, mas é um bom exemplo como o artista consegue criar obras até certo ponto interessantes a partir do senso comum. [Rafael Curtis]

tellier3SÉBASTIEN TELLIER
L’Aventura
[Record Makers, 2014]
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Nota: 7,0