Crítica – Disco: Simian Mobile Disco | Whorl

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Foto: Divulgação.
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Novo do Simian Mobile Disco propõe música eletrônica bruta

A dupla James Ford e Jas Shaw decidiram desafiar sua própria fórmula em seu disco mais inovador. Depois de trabalhos com mais vocais e um apelo pop, o duo inglês chega em Whorl com uma proposta minimalista que se relaciona com os primórdios do techno.

O disco foi gravado ao vivo no deserto californiano de Pioneertown, perto do parque nacional de Joshua Tree. Mas a dupla decidiu tornar tudo mais difícil ao utilizar apenas um sintetizador e um sequenciador. Nada de samplers, beats pré-programados ou bases. Eles levaram o trabalho ao estúdio para mixagem e retoques, mas Whorl conservou esse estilo bruto que temos visto tão pouco nas obras recentes da eletrônica.

O Simian Mobile Disco fez de sua proposta uma espécie de reflexão sobre o atual momento da eletrônica que vive uma frutífera e transformadora relação com gêneros como soul, R&B, rock e pop. Essa porrada bruta soa tão transgressora quanto monótona.

Os bons arranjos, tirados “na unha” soam desafiadores e chamam atenção pela técnica, mas não chegam a atingir com a mesma intensidade que sua estreia Attack Decay Sustain Release. Nenhuma faixa se sobressai, o que não seria um problema dada a intenção de parecer mais orgânico, mas quando todo o álbum soa como um pano de fundo, é sinal de que faltou vigor.

A dupla tem o mérito de se arriscar, mas o trabalho falha na sua narrativa em um álbum que nunca chega a alcançar seu ápice. [Fernando de Albuquerque]

simian2SIMIAN MOBILE DISCO
Whorl
[Anti-, 2014]

Nota: 6,9

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