Crítica – Disco: Tegan & Sara levam o pop queer ao mainstream no novo disco

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No oitavo disco de estúdio das irmãs canadenses Tegan & Sara encontramos um trabalho impecável, fruto de uma fórmula executada à exaustão, sempre com bons resultados. Podemos dizer que Love You To Death é a epítome do pop da dupla.

Love You To Death marca a transição da banda do indie pop para o mainstream, iniciado com o ótimo Heartthrob, de 2013. Aqui temos mais uma vez a catarse proporcionada por hits bem concisos e arranjos que parecem incrivelmente bem moldados, perfeitos. A viagem musical da dupla entrega um equilíbrio emocional entre baladas, hits para pistas, faixas para solidão, uma trilha talhada para qualquer período, resumindo. As referências colhidas para este trabalho pop tão cartesiano veio das batidas da dance music e, como já fizeram no passado, da new wave oitentista.

As irmãs correspondem a todas as expectativas que esperamos tanto delas quanto do gênero em si. Mas, dito isso, fica a sensação de que é chegada a hora de explorar novas possibilidades. No entanto, fica claro o quanto elas ainda estão explorando este novo momento.

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Nesta nova e instigante fase, as artistas seguem sendo uma das raras vozes no pop que falam de uma perspectiva queer. As letras, ainda que sigam privilegiando uma abordagem “sem gênero”, no intuito de serem universais, falam claramente sobre mulheres. E temos o olhar delas sobre temas como casamento gay, em”BWU” e a necessidade de sair do armário em “Boyfriend”. Diz a letra “você me trata como seu namorado / mas eu não quero mais ser mais o seu segredo”.

É emocionante ver o quanto um duo de mulheres assumidamente lésbicas conseguiram chegar no disputado e ainda mal representado entretenimento pop. A chegada ao mainstream das Tegan & Sara, em um disco tão bem construído, é algo a se comemorar.

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