Crítica – Disco: Trupe Chá de Boldo | Presente

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Foto: Divulgação/Pablo Saborido.
Foto: Divulgação/Pablo Saborido.

Trupe Chá de Boldo assume mistura sonora como essência no novo disco Presente

A mistura sonora tornou-se um verniz para muitas propostas surgidas no pop desde meados dos anos 2000. Mas no caso da Trupe Chá de Boldo, é menos uma busca experimental e mais uma essência. Em Presente, o terceiro trabalho do grupo, esse engarrafamento de ritmos gerou um álbum poderoso com vigor que coloca a banda um degrau acima do rock psicodélico com o qual foi enquadrado.

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A Trupe não cabe em um gênero só como também não cabe num elevador, como cantam em “Uma Banda”. “Uma banda grande é demais/ não cabe num elevador / não cabe num estúdio / não cabe assim”. Com produção de Gustavo Ruiz (produtor de Tulipa Ruiz, entre outros), o disco aponta para a tropicália, carimbó, forró, afrobeat e rock, sem fechar com nenhum deles.

O entrosamento entre os integrantes garante a segurança para trabalhar em tantos terrenos de uma só vez. E fazem isso sem medo de parecerem prolixos. Se por um momento temos a bem-humorada “Diacho” e “Meu Tesão é Outro”, onde tiram onda da moda da ostentação, em outro temos calmaria e até melancolia como “Aos Meus Amigos” (onde cantam “salve o amor, salve a paixão”).

Em geral, o disco é um convite ao espírito diletante, como atesta a capa do trabalho e faixas divertidas como “Smex Smov” e “Jovem Tirano Príncipe Besta”, releitura de Negro Léo. É mistura de ritmos pura, mas com poesia e propriedade. [Paulo Floro]

trupeTRUPE CHÁ DE BOLDO
Presente
[Independente, 2015]
[Recomendado]

8,5

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Editor