Crítica – Disco: Unknown Mortal Orchestra | Multi-Love

UMO2
Divulgação.
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A inusitada história de poliamor do Unkwown Mortal Orchestra

Chega dá gosto de ouvir um disco de rock que ainda traz em seu cerne a busca por uma inovação, como é o caso do Unknown Mortal Orchestra, banda de Portland, nos EUA, que chega ao terceiro disco com Multi-Love. Sobreviventes do hype que receberam na estreia em 2011, eles mantiveram a instiga na busca em unir referências psicodélicas com experimentações no indie-rock, como a inclusão de elementos de soul, sintetizadores e teclados ointetistas.

Conceitualmente, Ruban Nielson também trouxeram um olhar inusitado para falar de relacionamentos. Em vez de fazer um disco sobre separação, já excessivamente explorado pelo pop por décadas, o UMO fez um álbum sobre o poliamor e toda a complexidade envolvida no assunto. Nielson explicou ao The Guardian que ele e sua esposa se apaixonaram por uma mulher que acabou indo morar com eles algum tempo depois. Tudo isso aconteceu no ano passado, em meio às gravações do álbum.

Esse relacionamento complicado, que pôs em jogo o casamento do músico, acabou se tornando o tema principal do álbum. “Multiamor me deixou de joelhos / Nós éramos um, então viramos três / Mama, o que você fez comigo / Estou meio louco”, canta ele na faixa-título. Pelo modo aberto como fala de si mesmo e de como usou momentos conturbados em sua vida para transformar em canções, Multi-Love engata fácil uma ligação afetiva com o ouvinte. Com a sonoridade afiada e um tema incomum, temos aqui um dos trabalhos mais interessantes no rock este ano. [Paulo Floro]

UMO2UNKNOWN MORTAL ORCHESTRA
Multi-Love
[Jagjaguwar , 2015]

8,0