Crítica: Dream Theater | A Dramatic Turn Of Events

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A força que sai do luto

Por Juliana Dias

O Dream Theater continua a apostar no seu melhor: o poderoso instrumental que carrega. Mas, a dor de uma perda que tornou este um dos discos mais contundentes – e pessoais – deste ano até agora. A primeira faixa, “On The Backs Of Angels” tem quase nove minutos de duração e abre com uma das melhores baterias do álbum, seguida de “Build Me Up, Break Me Down”, levemente épica e com as notas suplicantes do James LaBrie. Depois aparece “Lost Not Forgotten”, que relembra antigas composições do Dream, referência no rock progressivo desde os anos 80.

Algumas faixas trazem um tom mais reflexivo sobre o dom da vida e a clara influência do falecimento do pai de Mike Portnoy em função de um câncer. Como a letra de “Speed The Life”, que fala sobre redenção e religião. “Far From Heaven”, mais uma vez encontramos relação com a superação do luto e, dessa, de uma forma mais profunda. Teclados e voz intimista entoam ‘there’s no end’. O final do disco é ainda mais melancólico, carregado de sons de gotas caindo aos dizeres de “Someday will be there to me”. A narrativa é clara e a uniformidade é encontrada em quase todas as músicas.

“Bridges In The Sky” vai no extremo oposto, misturando barulhos escatológicos e sons de metais que se chocam, batem e caem — até ficar entre o clima étereo e descambar para os acordes agressivos do John Petrucci, misturando tudo isso durante onze minutos.

599px Dream Theater A Dramatic Turn of EventsDREAM THEATER
A Dramatic Turn Of Events
[Roadrunner, 2011]

NOTA: 7,5