Crítica: Empress Of faz dance pop de vanguarda para falar de amor, família e superação

Terceiro álbum de Lorely Rodriguez é um registro cru e subjetivo que fala sobre senso de comunidade

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Foto: Dorian Lopez.
Crítica: Empress Of faz dance pop de vanguarda para falar de amor, família e superação
8.5

Terceiro disco da norte-americana Lorely Rodriguez, que atende pelo nome artístico de Empress Of, retoma o debate sobre questões subjetivas e também políticas sobre os imigrantes na América. Cantando em inglês e espanhol, o álbum marca um posicionamento forte da cantora e compositora, que tem ascendência hondurenha.

Depois de dois ótimos discos (Me, de 2015 e Us, de 2018), a artista aqui chega com uma composição ainda mais pessoal, trazendo à tona detalhes íntimos para falar sobre a importância de se estar junto, de reforçar o senso de comunidade. Essa busca por segurança e conforto fica claro com a presença de uma fala da mãe da artista na faixa de abertura sobre ser uma mulher imigrante. O texto ao mesmo tempo em que dá um tom de gravidade ao falar das dificuldades também é leve ao destacar a felicidade em ver sua filha atingindo o sucesso.

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O trabalho também busca dar conta de outros aspectos da vida da artista, como a necessidade de buscar a individualidade e de superar seu coração partido após um fim de relacionamento. Este é também o disco mais “cru” de Empress Of e traz faixas dançantes em uma sequência de batidas pensadas para pistas, mas com arranjos e samples que buscam fugir do óbvio. Destaque para as ótimas “Love Is a Drug” e “Gimme Another Chance”.

Se nos primeiros trabalhos, as reflexões eram mais voltadas sobre o “estar no mundo”, sobre a experiência de ser um corpo latino em uma América cada vez mais racista e conservadora, agora Rodriguez fala sobre recuperar a serenidade, a calma e como isso também é uma forma de resistir.

EMPRESS OF
I’m Your Empress Of
[Terrible Records, 2020]

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