Crítica: Jack White | Blunderbuss

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Em disco solo, Jack White expõe dúvidas sobre si mesmo e mostra seu interesse em renovação

Por Jaime Medeiros

Seja por conta de um divórcio, morte ou dúvidas sobre si mesmo, tem muita coisa que parece ser exorcizada em Blunderbuss, álbum de estreia da carreira solo de Jack White (ex-White Stripes). Qualquer que seja o motivo, ele parece estar determinado a lavar a roupa suja em público.

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Dito isso, era de se esperar um álbum cheio de guitarras barulhentas, mas não estamos falando de qualquer um. Prodígio, ele é a mente por trás de muitas das bandas que você ouve em casa e sequer se dá conta disso, como The Dead Weather ou The Racounteurs.

Todo escrito, composto e produzido por White, Blunderbuss parece mostrar novamente que o americano, oriundo de Detroit, sabe caminhar por qualquer que seja a vertente da música sem parecer arrogante. Capaz de dar orgulho a qualquer fã dos Stooges com as guitarras barulhentas de “Sixteen Saltines”, segunda faixa do álbum, até fazer lamentos em “Love Interruption”, dona de uma beleza tão ímpar que chega a ser tocante escutá-la.

De qualquer forma, não é um disco perfeito, mas sim uma espécie de disco de formação do músico, que fez do trabalho um aprendizado exposto ao público. Ele consegue acrescentar algo novo ao que já vinha fazendo ao mesmo tempo que busca referências nas raízes do rock e jazz.

Blunderbuss com certeza é uma grande parte desse aprendizado, que faz White deixar o posto de ícone do indie e rock alternativo para trás e alçar voos para um nível muito maior, capaz de atingir os mais variados públicos.

220px Jack White Blunderbuss coverJACK WHITE
Blunderbuss
[XL/Columbia, 2012]

Nota: 7,3