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Crítica: Ladytron faz um retorno opaco com “Time’s Arrow”

Novo álbum do quarteto britânico retoma seu projeto de synth-pop e eletropop, mas soa repetitivo em alguns momentos

Crítica: Ladytron faz um retorno opaco com “Time’s Arrow”
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Ladytron
Time’s Arrow
Cooking Vinyl, 2022. Gênero: Eletrônico

Quando surgiu no início dos anos 2000, o Ladytron fez parte de uma interessante renovação na cena pop que buscava referências nos clássicos setentistas e oitentistas para propor novas e ousadas propostas sonoras. No caso da banda, a âncora com o passado se deu pelo synthpop, que ganhou um verniz contemporâneo com misturas de dream-pop, electropop, shoegaze e rock. Time’s Arrow marca o retorno da banda após o irregular disco homônimo de 2019.

Este novo trabalho traz um pouco mais de consistência, como se a banda estivesse voltando à forma. Destaque sobretudo para as letras inspiradas que falam sobre o efêmero e a passagem do tempo (o que fica claro pelo nome do álbum, a Flecha do Tempo). As referências futurísticas e góticas, como se saídas de uma ficção científica estilo Blade Runner seguem como parte da estética da banda. Impressiona o fato de que o quarteto inglês se mantenha praticamente idêntico ao seu início mais de vinte anos, o que ajuda a manter a base fiel de fãs mesmo depois de todos esses anos.

O novo disco, no entanto, derrapa em alguns clichês típicos do synth-pop e chega a soar repetitivo em relação ao que o grupo já fez diversas vezes ao longo do tempo. Ainda que tenha momentos inspirados como “City Of Angels”, “The Night” e “Faces”, o trabalho soa sem propósito ou personalidade quando o comparamos com jóias produzidas pela banda em seu início, a exemplo de Light & Magic (2002), Witching Hour (2005) ou Velocifero (2008).

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Foto: Wendy Redfern/Divulgação.

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