Crítica: Os Surpreendentes X-Men – Xenogêse e Incontrolável

QUALIDADE DECRESCENTE
Dois momentos bem distintos de Os Surpreendentes X-Men chegam às bancas brasileiras

Por Paulo Floro

A série Os Surpreendentes X-Men foram um suspiro de qualidade para a cronologia do grupo mutante, que se viu em um nova onda de popularidade após o sucesso dos filmes nos cinemas. Idealizada por Josh Whedon, responsável por Buffy – A Caça Vampiros, e com desenhos de John Cassaday, com um traço “europeu”, a HQ sempre foi um corpo estranho interessante de se acompanhar. Dois momentos dessa série acabam de chegar às bancas: a inédita saga “Xenogênese” e o terceiro volume da versão encadernada que reedita histórias lançadas em revistas seriadas.

Menos radical que Grant Morrison, que fez sucesso com seu Novos X-Men, os Surpreendentes X-Men utilizaram o que a cronologia do supergrupo tinha de mais tradicional e trouxeram um apelo mais saudosistas. O que tínhamos era, essencialmente uma boa história, com elementos conhecidos dos fãs, como viagens espaciais e discurso implícito sobre preconceito. Os personagens escolhidos entre o enorme elenco de mutantes também ajudou a dar ritmo à trama, com destaque para o embate entre a Emma Frost e Kitty Pride, que andava sumida.

Em “Incontrolável”, o terceiro volume da série de encadernados que a Panini publica do título, temos os X-Men no perigoso mundo conhecido como Grimamundo. Eles precisam impedir a destruição da Terra, mas precisam passar por cima de um planeta lotado de assassinos. Com uma narrativa de estilo cinematográfico, a HQ fecha com maestria a passaem de Whedon e Cassaday pelo grupo.

O mesmo não pode ser dito da continuação do título. A Marvel decidiu aproveitar a boa repercussão para continuar com a série. A ideia era usar os X-Men em histórias sem muita ligação com o resto da cronologia e foco em boas histórias. Para isso foi chamado uma nova equipe criativa, formada por Warren Ellis e Simone Bianchi, e posteriormente, Kaare Andrews. Depois de publicar os primeiros arcos na revista mensal X-Men Extra, a Panini colocou “Xenogenese”, que saiu como minissérie nos EUA dentro da revista Grandes Heróis Marvel. A história mostra o grupo indo para a África para resolver o misterioso nascimento de crianças mutantes.

A história não mantém o nível da fase de Whedon, mas esse nem é o maior problema. Ainda que seja um bom argumento, a condução da história recupera alguns clichês já vistos em revistas de super-heróis, entre elas o tom fanfarrão dos personagens, mesmo em momentos de muita tensão. O traço cartunesco de Andrews torna tudo ainda mais exagerado e cartunesco. Emma Frost, que sempre utilizou de seu tom blasé de quem foi educada na Suíça e tem toda a coleção de bolsas Hermès, mais parece a Mulher Melancia! E não falo nem dos infames bonés como parte do uniforme. Tudo serve para distanciar ainda mais essa nova fase dos primórdios com Whedon/Cassaday. Podiam ao menos mudar de nome.

PAN 512 003g1OS SURPREENDENTES X-MEN VOL. 3: INCONTROLÁVEL
Josh Whedon (texto) e John Cassaday (arte)
[Panini Comics, 200 págs, R$ 23,90. 2011]
Tradução: Mario Luiz C. Barroso

Nota: 8,0

GRANDES HERÓIS MARVEL 71OS SURPREENDENTES X-MEN: XENOGÊNESE
Publicado em Grandes Heróis Marvel 6 e 7
[Warren Ellis (texto) e Kaare Andrews (arte)
[Panini Comics, 52 págs, R$ 5,50 cada, 2011]
Tradução: Mario Luiz C. Barroso

Nota: 6,6

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