Crítica: Scissor Sisters | Magic Hour

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DESPRETENSÃO E ENERGIA
Novo álbum do Scissor Sisters mostra o que eles fazem de melhor: músicas animadas e que celebram a vida (ou fazem com que a gente esqueça dela se jogando on the dancefloor)

Por Juliana Dias

A propaganda do álbum Magic Hour feita por Josh Homme (do Queens of the Stone Age) indica um bocado do estilo do disco novo do Scissor Sisters: em clima dos 1980, sem medo de ser brega e sem restrições para ser animado, mas com algumas inserções mais modernas, participação de rappers e de produtores de grandes hits.

Magic Hour (2012) começa com “Baby come home”, que abre com o instrumental e introduz a letra aos poucos “Baby come home to home, it’s half past quarter to three, baby Come Home… to me. Said I’m that kind of guy, when I see a grown man cry”, em coro. Escrita por John Stephens, Scott Hoffman, Jason Sellards, Ana Lynch, ela é um aquecimento para as próximas faixas.

“Keep Your Shoes” mostra mais embalo, seguido da mais calma e mais longa do disco, “Inevitable” (3:53). “Only the Horses” mistura o pop dos anos 1980 com uma pegada mais atual. “Year of Living Dangerously” vem logo depois e tem um quê de nostalgia, com a letra mais sentimental de encontrar a si mesmo: “This is my life, this is my dream, this is my belief, it’s my fantasy, I still haven’t found what’s gonna set me free, this is my year of living dangerously”.

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“Let’s have a Kiki”, “Self Control” e “The Secret Live of Letters” relembram mais o Scissor Sisters tradicional, um pouco diferente do que ouvimos em  “Best in me”, que ganha a produção de Hoffmann e uma roupagem mais atual junto a “Shady Love” tem a participação da rapper Azealia Banks. “Somewhere” fecha o disco, com um hit para animar e celebrar a vida, levando as lágrimas para longe, sempre repetindo o refrão “Extraordinary lives, keep crashing and tumbling by”.

O álbum foi feito para quem gosta ver o lado bom da vida, dançar e ~arrasar na pista~ (sem contar as pessoas que escutaram por pura nostalgia): e, para isso,  valeu usar coro da banda e batidas eletrônicas com repetições. Apesar do álbum parecer mais tendencioso para o dance e o pop, ele abre espaço para muito electroclash e muitos remixes devem vir por aí para dar uma mostra que o revival dos anos 1980, e também pode vir acompanhado de hip hop e picapes turbinadas: as versões de DJ Nita Remix para “Let’s Have a Kiki” e “Fuck Yeah” (Seamus Haji) parecem ser só o começo.

220px Scissor Sisters Magic HourSCISSORS SISTERS
Magic Hour
[Polydor, 2012]

Nota: 7,9