Crítica: Walking Dead 3ª Temporada

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Mais violenta, Walking Dead retorna carregada de tensão e ritmo ágil
Série estreia no Brasil no canal pago Fox

Por Paulo Floro

A sequência de abertura, sem um único diálogo, mostra o quão tenso deve ser esta terceira temporada de Walking Dead, que estreou na última terça no Brasil no canal pago Fox/Fox-NatGeo (com reprises ao longo da semana). Depois de críticas de falta de ritmo e narrativa arrastada no último ano, o seriado retoma com um episódio inicial com muito sangue e cenas perturbadoras.

A expectativa é grande, pois quem leu a HQ, sabe que esta parte da história traz diversas reviravoltas, com aparição de personagens importantes. Adaptação da série em quadrinhos de mesmo nome, Walking Dead mostra um mundo dominado por zumbis em que um grupo de sobreviventes tenta se manter unido – e mais importante, manter a sanidade, em um universo em que as relações sociais estão destroçadas. Neste ponto da trama, o policial Rick Grimes (Andrew Lincoln) comanda um grupo até uma prisão abandonada, após um longo período vagando sem rumo.

Depois de exterminarem zumbis que impediam o acesso ao local, eles se estabelecem em celas no interior da penitenciária, e a partir daí vão conhecendo todos os segredos que se escondem por lá. Contar mais do que isso estraga a diversão. O importante é dizer a mudança de estilo e “clima” que a série parece assumir. Mais ágil, o telespectador é jogado o tempo todo em cenas cheias de terror ‘gore’, ou seja, com sangue jorrando, decapitações e closes em zumbis. Não há espaço para leveza ou piadas, como vimos algumas vezes na temporada passada. Sem um porto seguro como era a fazenda de Herschell (Scott Wilson) no ano anterior, o grupo vive com a adrenalina de se manterem vivos.

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Rick continua do mesmo jeito que terminou o episódio final da segunda temporada: um líder eficiente e confiável, mas bem menos amável. Ele fez valer a proposta de que todos deveriam esquecer “democracia” caso quisessem continuar com ele. Em planos sequência bem orquestrados, vemos que o grupo parece bem mais experiente na arte de exterminar. Até o menino Carl está mais à vontade com armas. Neste episódio tivemos também a introdução de Michonne (Danai Gurira), bastante aguardada pelos fãs. Ela já aparece na tela cortando cabeça de zumbis com uma katana. Possui também dois zumbis de estimação, sem braços nem bocas, que usa como burros de carga (pelo menos foi essa a única utilidade mostrada até agora).

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Com esta estreia promissora, podemos aguardar uma série com mais ação e com bom manejo para mostrar o plano psicológico dos personagens. Serão 15 episódios já confirmados pelo canal americano AMC. Por aqui é exibido no canal pago Fox/Fox-NatGeo Wild, que segue cometendo os mesmos erros. O que mais incomoda é o excesso de intervalos comerciais, que atrapalham o envolvimento do espectador. O pior é que as pausas servem apenas para mostrar reclames da própria emissora. Deveria fazer como muitos canais, entre eles a HBO, que escolhe passar na íntegra e aumentar o tempo de propaganda entre uma atração e outra.

O segundo problema é a tradução da palavra “walker” para “zumbi”. Como dá para perceber, os personagens em nenhum momento referem-se aos mortos-vivos com esse termo tão conhecido. Pode ser um preciosismo, mas quem é fã de Walking Dead sabe que a série está um pouco distante das diversas produções “mata-zumbis” que existem na indústria pop hoje em dia.

THE WALKING DEAD
Terças, 22h15, no canal Fox e no Fox-NatGeo HD

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