Curta “Piu Piu” integra festival de cinema em edição on line na Paraíba

"Piu Piu" traz um olhar poético sobre um dos mais antigos transformistas do Recife (Foto: Divulgação)
"Piu Piu" traz um olhar poético sobre um dos mais antigos transformistas do Recife (Foto: Divulgação)

O filme Piu Piu, coprodução d’O Grito! e O Surto & Deslumbramento e dirigido pelo nosso editor Alexandre Figueirôa integra a seleção dos filmes que integram o Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro. A 15ª edição do festival começa nesta quinta-feira (10) e se estende até 17 de dezembro, com sessões pela internet, por meio da plataforma Aruanda Play, e presenciais, realizadas no Cinépolis do Manaíra Shopping, em João Pessoa. Nesta quinta, a abertura do evento acontece em formato presencial no cinema, com transmissão online, a partir das 19h.

Na abertura do evento serão exibidos o curta Aruanda, de Linduarte Noronha, e o longa Os Quatro Paralamas, de Roberto Berliner, a partir das 20h. Simultaneamente, ambos serão transmitidos online na plataforma Aruanda Play.

O curta de Figueirôa será exibido neste sábado (12). Piu Piu, como era conhecido o ator, cenógrafo e figurinista Elpídio Lima foi, talvez, um dos primeiros transformistas do Recife. Nos anos 1950 e 1960, ele atuou na Companhia Barreto Junior, nos palcos dos teatros Almare e Marrocos, onde imitava as cantoras e atrizes Sarita Montiel e Carmem Miranda. Foi também um dos criadores da Companhia Tra-la-lá, de teatro rebolado.

“Descobri a existência de Piu Piu a partir de uma matéria publicada, em fevereiro de 1986, no caderno Viver, do Diario de Pernambuco, de autoria da jornalista Leda Rivas. Nela, Elpidio Lima, já com 65 anos, aposentado e vivendo de maneira modesta como costureiro numa pensão na Rua da Glória, contava, em entrevista, um pouco de sua vida nos palcos iniciada ainda muito jovem, com apenas oito anos de idade, num internato em São José da Laje, Alagoas”, conta Figueirôa.

Piu Piu segue também o caminho de outros trabalhos audiovisuais que Figueirôa tem realizado – Eternamente Elza (2013) e Kibe Lanches (2017) – no sentido de trazer aos dias de hoje, personagens que, bem antes das conquistas dos movimentos LGBTI+, assumiram de alguma forma, uma atitude pioneira e libertária, diante da forte discriminação e opressão aos homossexuais.

Este ano, 13 longas e 12 curtas participam nas mostras competitivas. Retrospectivas e especiais com quatro sessões diárias nos cinemas, além de oficinas e laboratórios audiovisuais de requalificação profissional e seminários temáticos também fazem parte do festival.

A edição 2020 do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro celebra 15 anos de criação do evento e os 60 anos de realização do filme Aruanda (1960), que deu nome ao evento. Nesta 15ª edição, o historiador e escritor Wills Leal, e ao cineasta Linduarte Noronha recebem homenagens póstumas.

A programação completa pode ser vista no site do Fest Aruanda.