Diomedes Chinaski fala das dores e sonhos dos migrantes no filme “Lágrimas de Crocodilo”

Diomedes Crédito 36n63
Foto: 36n63/Divulgação.

O rapper pernambucano Diomedes Chinaski lança Lágrimas de Crocodilo, curta que é uma adaptação do novo e próximo álbum do artista, Crocodiloboy. No roteiro, a história do personagem nordestino que migra para São Paulo e enfrenta, além das saudades, a dor de todas as adversidades vividas na megalópole.

Na trilha sonora, trechos de faixas inéditas produzidas por Deryck Cabrera. As inspirações são embaladas por rap, jazz, soul, gospel e R&B.

O registro apresenta imagens documentais e entrevistas que retratam o processo ainda muito atual de migração dos cidadãos nordestinos para o centro-sul do Brasil.

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“Seria fácil demais se esse filme fosse só sobre a xenofobia, mas isso acaba sendo algo muito pequeno. Nós, nordestinos, somos muito fortes para enfraquecermos por palavras. Muito orgulhosos para nos sentirmos menores que os outros e muito esforçados para não conquistarmos nossos espaços. O curta é sobre algo que não é tão explícito, porque o breve momento que aborda a questão principal, que é a saudades, já fala demais. Quem veio de lá para cá vai sentir na pele o que eu quero dizer. E quem está lá, sem esperança nenhuma neste país, também”, ressalta o rapper, via e-mail.

Guiado por um visual vintage moderno, Lágrimas de Crocodilo explora cenários próprios da cidade. Entre eles, o Cabaret da Cecília e o emblemático Edifício 14 BIS. Com 27 andares e quase dois mil moradores, em sua grande maioria nordestinos, o prédio é morada da também pernambucana Tássia Seabra, CEO da Seabra Produção, produtora e sócia de Chinaski.

Nas participações especiais, Zé Brown (Faces do Subúrbio) e Don L. A direção é Bárbara Vida. Ela, que também é atriz e mídia ativista do MST, destaca a dedicação de sua equipe composta por homens, mulheres, brancos, negros, índios, mulheres trans e LGBTs, crianças, adultos e idosos. Bárbara, Diomedes e Ludmila Curi, documentarista carioca, assinam o roteiro.

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