Fabrício Carpinejar lança novo livro de crônicas sobre a felicidade

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Fabrício Carpinejar retorna este mês às livrarias com um livro de crônicas inéditos. O autor é um dos escritores mais prolíficos e engajados nas redes sociais (poucos se comunicam com os fãs e possuem um senso de comunidade como ele). O novo livro Felicidade Incurável é o primeiro lançamento após a renovação do contrato do autor com a editora Record.

Numa das 115 crônicas do novo livro, Carpinejar escreve sobre o superpoder que ele considera que todas as pessoas têm, seja uma virtude disfarçada de defeito, algo que não se goste, uma característica que transforma a existência ou um trejeito que revela a personalidade. No texto, ele lembra de amigos da infância, da adolescência, fala dos filhos, escreve sobre a esperança, a paciência e a fé.

O livro traz textos sobre as mulheres, mães e pais, filhos, separação, maturidade, brigas, ciúme e até sobre como é preciso, hoje, o casal fazer juramentos na vida real e na virtual. “É preciso ser fiel e leal na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, mas também no Facebook, no WhatsApp, no Skype, no e-mail, no Twitter, no Instagram…”, diz Carpinejar.

Frasista de primeira, é o próprio poeta quem escreve a orelha da obra, onde confessa estar sempre feliz, mesmo diante de qualquer adversidade: “Não fiquei amargo com o tempo, fiquei apenas mais puro: bebo a vida sem açúcar.” Felicidade incurável tem 272 páginas e custa R$ 29,90.

Leia a orelha do livro.

Minha felicidade é incurável, guardo em mim e nos outros, nunca está reunida em um único lugar.
Minha felicidade é incurável. Nem a tristeza levou. Nem a morte dos mais próximos. Nem a perda da pessoa amada.
Minha felicidade contraria diagnósticos e medos, supera fobias e traumas.
Minha felicidade é imbatível. Não se acanha com a gripe ou a enxaqueca. Não se diminui perante o pessimismo dos outros. Possui anticorpos de leveza para se prevenir do contágio da ingratidão. Recusa a chantagem do ressentimento.
Sou feliz por ninharia. Sou feliz por muito pouco – só será pouco para quem não valoriza o simples.
Minha risada é insistente e imprevisível, absolutamente mal-educada: interrompe o choro, o bocejo, o soluço.
A alegria não vem, já estava me esperando: na carona de um som familiar ou de um cheiro da infância, surgindo de uma lembrança ou de uma fantasia. Existe comigo ou apesar de mim, sozinho ou acompanhado. Porque, se tudo der errado, ainda estou vivo e tenho a chance de fazer diferente.
Sou feliz por aquilo que foi e me amadureceu, por aquilo que é e sustenta a minha vontade, por aquilo que será e me mantém curioso.
Sou feliz atento, sou feliz distraído, sou feliz cedo, sou feliz tarde, sou feliz por arrumar a cama ajudado pelas mãos do sol. Feliz como se houvesse uma música que sempre gosto de ouvir tocando em meu sangue. Há em mim esperança mais do que expectativas, contentamento mesmo quando reina o silêncio.
Sou feliz pois o sofrimento cansa e reclamar somente atrai os chatos.
Sou feliz por uma questão de justiça pessoal. Nada adoece a minha felicidade. Não fiquei amargo com o tempo, fiquei apenas mais puro: bebo a vida sem açúcar.

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