Felipe Cunha

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NA TELA, ROCK’N ROLL EM QUADRINHOS
Felipe Cunha, lança com Paulo Casado, HQ inspirada em música do Kiss e anuncia novos projetos

Por Lidianne Andrade

Depois de influenciar uma geração de jovens e adultos e manterem fãs ao redor do mundo até hoje, a banda de rock Kiss ainda inspira artistas da atualidade. A inspiração chegou pelo nordeste, nas mãos do desenhista Felipe Cunha e o roteirista Pablo Casado que lançaram no último dia 16 de outubro o HQ Rock And Roll All Nite, mesmo nome de um grande sucesso da banda já disponível para download no site da Mojo (com histórias em quadrinhos e livros virtuais inspiradas em músicas específicas). A obra é uma homenagem a um grande sucesso dos anos 70 e 80 e influenciou muitos jovens a tomar decisões importantes na hora crucial.

A escolha da temática fica por conta de Pablo Casado, mas Felipe não negou que também não curte a banda, mas comenta que o roteiro genial foi sua inspiração para entrar no projeto. “Foi uma escolha pessoal dele e a partir disso que ele elaborou um roteiro. Cheguei depois e posso dizer que minha escolha foi pelo roteiro mais do que pela banda ou pela música”, conta o desenhista. “Eu sei que ele escolheu não só por ser fã da banda, mas também pelo que diz a letra e pela música em si ser o hino deles. Para muitos a música passa como hino do Rock and Roll, abrindo portas pra infinitas interpretações, coisa pela qual passamos já que a primeira versão é bem diferente da final”, complementa.

rock and roll all niteApesar de ter 12 páginas, um número aparentemente pequeno, o trabalho foi árduo. Foram cerca de três meses entre desenho em papel e coloração. “Se pudesse, teria dedicado todos os meus dias a esse projeto, certamente levaria muito menos tampo, mas não posso, eu trabalho como ilustrador e preciso dar prioridade a isso”, comenta Felipe. “O desenho em si foi mais ou menos rápido, eu conseguia fazer duas páginas a lápis em um dia, essa média às vezes se aplicava também à arte-final”, explica.

Rock All Roll All Nite também existe em versão impressa, mas foi primordialmente lançada na versão on-line pelo site Mojo, disponível para download gratuito desde 15 de outubro. Apesar de não ser fã de leitura na tela do computador, Cunha acredita que o meio é de extrema importância para a Internet, meio de divulgação prático, rápido e de grande retorno. “Já existe um público pra isso e acho que vale a pena trabalhar nele, é mais um canal pro seu trabalho chegar às pessoas. Para alguém que está começando, é um caminho bastante indicado”, comenta.

Desenhista desde os nove anos, Felipe tentou ir para outros ramos, mas descobriu que o desenho é sua vocação. Começou de leve, reproduzindo quadrinhos famosos dos super-heróis clássicos, indo para o caminho mais autoral, fazendo cursos e amizades que o incentivavam a seguir pelo meio artístico. Estudou com grandes nomes do meio como Luke Ross e tem como nomes de cabeceira Craig Thompson, Daniel Clowes e Adrian Tomine. “Das coisas que tenho visto mais recentemente destaco o Jaime Hernandez, co-criador da série Love And Rockets, que tem o desenho mais expressivo que eu já vi”, cita Felipe. Quadrinista independente desde 2004, Cunha acumula no currículo a indicação como desenhista revelação no HQ Mix e diversos projetos em andamento.

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Para projetos em um futuro próximo, o desenhista tem muitos. Está trabalhando na série Eterno, HQ que será publicada em álbum pela editora Terracota, em novembro. Com Pablo Casado, acabou de finalizar um quadrinho de oito páginas publicado em uma antologia na Bélgica com distribuição em toda a Europa. “Vai ser um álbum especial só com artistas brasileiros editado pelo Luke Ross, que foi também quem fez o convite para a participação”, conta o desenhista. Ainda com o Pablo, sai ano que vem uma mini antologia chamada DUO, produzida na Europa. E a lista é grande, a repórter garante. O nome Felipe Cunha ainda vai rolar muito na mídia nos próximos meses.