Galeria: Bárbara Kruger

we dont need another hero1

we dont need another hero

EM BUSCA DO MOVIMENTO SOCIAL
Artista plástica ianque entrou para história do design e da fotografia lançando mão de imagens publicitárias e conceitos populares

Entre o nonsense, o discurso político excessivamente feminista e uma forte crítica contra a publicidade, Bárbara Kruger entrou para história como a mulher que fudiu os conceitos entre arte e publicidade. Ela começou a trabalhar como diretora de arte de revistas e como designer de capa de livros. Sua inserção no mundo da arte só veio em 1969, quando ela tinha 25 anos, escrevendo poemas e acumulando uma série de funções enquanto artista / curadora / professora / escritora.

O sucesso dos seus trabalhos se deve, em parte, a utilização da linguage dos veículos da mídia, aplicando sobre eles sua assinatura: imagens em preto e branco e aforismos fortes em fontes bem específicas. Imitando, assim, o vocabulário da propaganda e subvertêndo seu conceito parar trazer à luz temas em torno da violência, saúde pública e discriminação racial e sexual.

Seu trabalho passou a ser visto com mais contundência a partir de 1979 quando passou a se utilizar de outdoors para intervir na paisagem urbana com imagens amplamente difundidas e muitas delas reticuladas que, combinadas com frases de efeito, ganharam mais força e notoriedade.

A combinação de slogans ambíguos com imagens em preto e branco lembra uma página de design gráfico da revista Mademoiselle, onde Kruger trabalhou por onze anos aprendendo e aperfeiçoando seu design. A artista também acabou se rendendo a mensagens em camisetas, sacolas, posters e fotomontagens, aqui com uma voz ainda mais raivosa e inquiridora.

Kruger trabalha não somente com a criação de imagens (em muitos casos ela fotografa, grava, imprime), como também com a sua manipulação através da apropriação, da montagem /colagem e de sua re-semantização. Filiada ao legado de artistas conceituais que mantiveram uma postura crítica frente às instituições, Kruger herdou a atenção especial ao lugar, à comunicação e ao público e a crítica aos parâmetros estabelecidos de produção e recepção da arte. Seu foco, porém, é mais específico. Seu interesse é intervir nas linguagens e nas ideologias da vida cotidiana e no poder vigente nas representações sociais.