Globo de Ouro busca personalidade própria e deixa de ser termômetro do Oscar

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Evento deixou de ser um mero "termômetro" do Oscar e reafirmou sua personalidade (Divulgação)
Evento deixou de ser um mero “termômetro” do Oscar e reafirmou sua personalidade (Divulgação)

Premiação se apóia na sofisticação e popularidade das séries de TV

Se o Globo de Ouro deixou de ser um termômetro para o Oscar, a premiação, que acontece neste domingo (13), ao menos começa a ganhar uma fama mais interessante: é a festa mais legal da temporada de prêmios, que começa hoje. A apresentação será feita pela dupla de comediantes Tina Fey (30 Rock) e Amy Poehler (Parks And Recreations).

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Apenas por isso, o Globo de Ouro já garante o interesse do espectador, já que ambas protagonizam duas das séries mais interessantes da TV americana atualmente. Em entrevista ao Hollywood Reporter, Tina afirmou que o tom das duas será menos ácido que o apresentador anterior, o comediante Ricky Gervais, que constrangeu celebridades em anos anteriores. “Ninguém precisa ter medo”.

O Globo de Ouro é organizado pela Hollywood Foreign Press, associação de jornalistas estrangeiros que cobrem Hollywood. Tão tradicional quanto o Oscar, o prêmio é entregue há 70 anos. No lugar de uma plateia, a cerimônia acontece em um gigantesco jantar – com bebida solta – e tem algumas características que o distinguem de seu evento-colega, o Oscar.

Primeiro, os globos são entregues para produções de drama e comédia, cada um com indicados separados. Por isso, há um leque maior de atores e atrizes indicados e mais filmes em competição. E há o espaço para TV, talvez o fator de maior sucesso do Globo de Ouro hoje em dia.

Série Girls, da HBO, é um dos destaques no Globo (Divulgação)
Série Girls, da HBO, é um dos destaques no Globo (Divulgação)

É que poucas vezes na história do entretenimento, as produções de televisão rivalizaram tanto em sofisticação e apelo de público quanto hoje. Séries como Girls chegam à premiação com uma campanha tão grande quanto Lincoln, blockbuster histórico de Steven Spielberg. American Horror Story e Downton Abbey são fenômenos de audiência e têm em seu elenco nomes de peso como Jessica Lange (duas vezes vencedora do Oscar).

Por isso, o buzz gerado em torno dos globos parece mais interessante de acompanhar.

“Termômetro do Oscar”
O Globo de Ouro deixou há tempos de ser um “termômetro do Oscar”, termo bem preguiçoso ainda muito usado pela imprensa. Desde 2009 que o melhor diretor não se repete nas duas premiações. Nos últimos dez anos, apenas quatro filmes coincidiram na categoria “melhor filme”.

Isso reflete também no perfil dos públicos votantes nas duas premiações. Enquanto a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que escolhe o Oscar, tem um perfil mais homogêneo, com predominância de homens norte-americanos maiores de 50 (ainda não há um estudo detalhado sobre isso), o Globo de Ouro é mais diversificado.

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“Somos poucos – 90 – de culturas e nacionalidades diversas, e com personalidades, idades e gostos extremamente variados. Tomar o pulso desse grupo é muito mais complicado do que prever o que os profissionais da indústria vão escolher – na noite de domingo, literalmente tudo pode acontecer”, disse a jornalista brasileira Ana Maria Bahiana, em seu blog, sobre os votantes da imprensa estrangeira. Ela é uma das organizadoras da festa.

O Globo de Ouro acontece neste domingo às 23h (22h no horário do Recife) e terá transmissão ao vivo pelo TNT. Antes, o E! exibe o tapete vermelho às 20h (horário de Brasília). Não foram divulgados streamings oficiais da festa na web, mas o canal oficial do prêmio no YouTube deve atualizar com a entrega dos principais prêmios. [Fernando de Albuquerque]