Heroes e os signos

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SIMBOLOGIA RIBOSSOMÁTICA
Pouco explorada na primeira temporada, a utilização de símbolos vai deixar fãs da série ainda mais viciados
Por Fernando de Albuqueque

A simbologia é a principal forma de expressão do ser humano. Os primeiros registros estão na pintura rupreste, da era Paleolítica. E podemos observar que o mundo dos super-heróis só confirma a necessidade intrínseca ao ser humano de recorrer à símbolos. Impossível, por exemplo, não lembrar do “S” do Super-Homem, do círculo entre barras do Lanterna Verde, do colant amarelo de Wolverine ou mesmo da estrela do finado Capitão América.

Publicidade à parte, os símbolos são as principais formas de destacar os heróis das pessoas comuns. Eles confirmam a existências de características calcadas em referências além do meramente humano recaindo na necessidade de reconhecimento. Já que, diante de um pequeno flash de chapolin colorado, qualquer homem comum sabe que está frente-a-frente a um ser especial (especial mesmo!). Como os símbolos dos super-heróis não são sinais convencionais, como os números e as palavras, eles vivem da iconicidade e dos afetos que lhe estão associados, substituindo e compensando uma realidade ausente, mas compreensível dentro de uma determinada cultura.

Em Heroes esse tipo de referência pessoal de cada herói cai por terra já que os personagens se assemelham à pessoas reais. Mas um símbolo, apresentado no segundo episódio da primeira temporada (“Don’t Look Back”), volta com todo vigor nessa segunda e se torna o grande xis da questão decidindo quem pode vir a morrer, quem continua vivo.

O símbolo, que se assemelha a estrutura de RNA, o ácido ribonucléico, apareceu muito, como na capa do livro “Activating Evolution”, de Chandra Suresh; em um recorte de jornal com a foto de Nathan Petrelli encontrado no apartamento de Sylar; em três fotos presas no mapa encontrado no apartamento de Sylar e no cordão do haitiano que trabalha para o pai da cheerleader Claire.

Há várias explicações sobre o símbolo presente em Heroes, mas a verdade continua sem o menor entendimento. O fato que norteia essa segunda temporada são as oito pessoas, membros, ou ex-membros da companhia, que terão as vidas ceifadas ao receberem uma foto com o símbolo gravado em vermelho.
Essa é a primeira vez que o seriado lança mão de identificações icônicas fazendo com que o telespectador vá além da telinha e busque respostas em livros de mitologia grega e apostilas de biologia. Lançando mão dessa tática a minissérie conclui um rito de persuasão do espectador que passa não só a assistir os episódios, mas interagir com outros suportes midiáticos em busca de justificativas.

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