Iara Lima: O coturno e o Comando de Caça aos Cafuçus (C.C.C.)

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Ultimamente boa parte da minha turma de amigas anda solteira. O problema é ser solteira em uma cidade onde homens interessantes heterossexuais são coisa rara, sabia? Daí elas tem se juntado e formado uma confraria que anda tocando o terror nas noites alternativas e heterodoxas dessa cidade. Trata-se do Comando de Caça aos Cafuçus, o C.C.C.

 

Pra fazer parte do tal do C.C.C. precisa-se de muita disposição. Eu de minha parte, declino. Não consigo ir pra vaquejada de Carpina e pagar modestos R$ 100,00 pra ter acesso ao backstage de shows do top de Garota Safada. Tenho #meda, não vou mentir. E a ronda do C.C.C. é vasta e variada: vale o Sala de Reboco, vale show de Amigos Sertanejos, vale o sábado do Oitão e a quinta-feira do Dona Carolina. Vale até festinhas descoladas.

Se funciona? Tem até funcionado, viu? Dia desses uma delas resolveu estrear na Sem Loção e, muitas doses de vodka a mais, voltou pra casa. Acompanhada. No dia seguinte, a moça acorda. Ao olhar para o chão enxerga colar pra um lado, brincos para o outro, cinto pra cá, calcinha pra lá e… um par de botas. E a mocinha pensa para si mesma: “Ôpa, um coturno”.

Perfil do bofe: carioca, aspirante a oficial da aeronáutica, 10 anos mais novo, um fôlego de gato novo e um sotaque carioca malemolente e charmoso. E ela lembrava o nome do rapaz? Pra quê atinar nos pequenos detalhes? Paciência, né?

Minha amiga anda agora batendo ponto por lá, na Sem Loção, quinzenalmente. Entre uma dose de vodka e sacolejar o corpitcho na pista, ela tem descolado sempre. Já dizia o mestre Luiz Gonzaga, “mulher querendo é bom demais”. Arre!