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Ilustralu com sua obra "Arlindo" e os troféus da CCXP. (Foto: Reprodução Twitter)

Ilustralu, a criadora da HQ Arlindo deseja contar as histórias que queria ter lido quando mais nova

Destaque da Flipop, autora traz em sua HQ temas importantes como diversidade e aceitação de maneira sensível

Conhecida na internet pelo nome Ilustralu, Luiza de Souza é a escritora e ilustradora por trás da HQ Arlindo, sucesso estrondoso desde seus primeiros capítulos publicados na internet. Com um público bem engajado, a história sensível e delicada sobre as jornadas de aceitação e descobrimento que perpassam a vida adolescente ganhou sua versão física com o apoio dos admiradores e segue colhendo frutos – foi vencedora da CCXP Awards este ano. Esta semana Ilustralu foi um dos destaques do Flipop, evento dedicado à literatura pop com foco nos jovens leitores, que terminou neste final de semana (9-11 de setembro), em São Paulo.

A reportagem de O Grito! conversou com a autora para entender um pouquinho mais sobre a motivação por trás de suas narrativas fortes e necessárias, capazes de criar identificação com milhares de jovens e adultos por todo o Brasil. Segundo Luiza, sua história com os quadrinhos é antiga e remete à sua infância: “acho que os quadrinhos estão comigo desde sempre. Aprendi a ler com a Turma da Mônica, depois fui bastante obcecada pelo Batman, li muito X-Men”.

Apesar disso, a escritora conta que foi apenas com a descoberta de um mundo até então desconhecido, repleto de HQs independentes, alternativas e autorais, que teve vontade de iniciar sua jornada própria como criadora além de admiradora.

“Eu queria fazer um quadrinho que fizesse as pessoas conversarem, em que elas pudessem se perceber e se enxergar. Arlindo é uma carta de amor pra todo mundo que lê. Acho que eu queria contar uma história onde a pessoa que lesse pudesse sentir esse amor – pelo personagem e, por tabela, por si mesmo”, explicou a autora.

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Produzindo a obra Arlindo, Luiza acredita que o grande ponto capaz de unir leitores e torná-los cativados pela narrativa do personagem é justamente sobre o sentimento de pertencimento. Ela explicou, que para algumas pessoas, a HQ foi a primeira vez em que elas se sentiram verdadeiramente representados por uma obra e isso é uma das grandes belezas de seu quadrinho.

Foi o carinho do público, inclusive, que tornou a história capaz de sair do mundo digital e tomar as páginas físicas de uma edição impressa através do financiamento coletivo pelo Catarse. A obra bateu recordes na plataforma como a maior arrecadação naquele período e foi publicado pela editora Seguinte, selo jovem da Companhia das Letras.

“O processo de publicação passou por muitas e grandes emoções com o financiamento coletivo no Catarse. A campanha foi um sucesso, alcançando 100% da meta (cerca de R$ 85 mil) em menos de 24h, mesmo com a editora tendo declarado que o lançamento do livro não dependia do sucesso da campanha. Em quinze dias, a campanha já tinha apoiadores de todos os estados do Brasil e o Distrito Federal”, relembrou a artista.

Com apoio gigante, o livro tomou as prateleiras de livrarias por todo o Brasil e a história recheada de representatividade de Arlindo pode alçar voos ainda mais altos. Trazendo temas de grande importância como a diversidade, a comunidade LGBTQIA+, descobertas da juventude e mais, Luiza afirmou: “Eu gosto muito de fazer histórias que eu queria ler ou ter lido quando era mais nova. Isso é o que me motiva a continuar”.

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