Crítica-Disco: Kamaiyah, melhor surpresa do rap este ano, faz sua estreia em disco

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8.5

Kamaiyah, rapper de Oakland, nos EUA, é a mais nova aposta entre as vozes femininas do rap. Com apenas 21 anos ela faz música com um carisma incrível de quem domina o cenário há anos. Sua primeira mixtape, A Good Night In The Ghetto acaba de sair e tem o sabor dos tempos áureos do R&B e rap dos anos 1990.

Com pouco mais de 20 anos, Kamayiah tem um entendimento todo diferente da importância de nomes do hip hop nos anos 1990. Ela apreendeu os ritmos suingados de artistas como TLC e atitudes de Too $hort e 2Pac, mas colocou uma lente contemporânea, deixando de lado um suposto revisionismo que poderia limitar seu trabalho.

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Ao contrário, ouvi-la pela primeira vez traz um primeira impressão de alguém muito segura do próprio som. Sua voz anasalada e firme transparece personalidade e tem aquela atitude de que não aguenta o mínimo de desaforo. Suas letras recuperam o estilo rap-sex, mas com uma perspectiva da mulher. Faixas como “Niggas” onde fala sobre catar uns caras e depois chutá-los pra longe. São rimas cheias de atitude e autoestima, o que a coloca como uma das cantoras mais promissoras do gênero hoje.

Ela também traz um olhar crítico sobre fama e dinheiro, como em “Mo, Money, Mo Problems” e no seu hit “How Does It Feel”, lançado como single no ano passado. Feito em apenas 15 minutos, como explicou ao site “The Hundreds”, a música fez bastante sucesso na web e serviu como um cartão de visitas para o seu estilo. A faixa é uma carta de intenções onde explica que nunca irá renegar suas origens do gueto.

Kamayiah é uma grata surpresa do hip hop este ano. A Good Night In The Ghetto tem sabor de uma festa autêntica nos subúrbios e seu som merece chegar cada vez mais longe.

Ouça na íntegra:

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