Martins, do Marsa, destaca a poesia popular em disco solo

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Foto: Divulgação.

Um dos nomes mais interessantes da geração atual, o músico Martins lança seu novo disco homônimo. Diferente dos projetos anteriores, o disco traz a voz suave do artista com a sonoridade mais intimista. O artista fez parte de projetos como Sagarana e Forró na Caixa e é um dos integrantes do Marsa.

 “São canções de amores, desamores, coisas da existência, crônicas do nosso cotidiano que qualquer um pode se identificar. Lanço ‘Martins’ como quem declara amor ao pé do ouvido esperando apaziguar as ânsias da alma da nossa geração”, destaca ele, por e-mail. O álbum acaba de ser lançado em todas as plataformas digitais pela gravadora Deck.

Aprendiz de Cláudio Rabeca e Mestre Luiz Paixão, Martins explorou o som da rabeca e a influência da poesia popular em projetos anteriores e também no seu trabalho solo. Os grupos carregam nítida influência das regiões mais distintas do interior pernambucano, de onde vem as raízes do artista. Já na Marsa, predominaram o estilo rock’n’roll com banda elétrica, guitarra e linguagem urbana.

O disco foi gravado em Recife (PE) e parte na Europa durante turnê do artista pelo continente. Juliano Holanda assina a direção musical e é parceiro de Martins em três faixas da obra: “Um Só Ser”, “Olhos Que Afagam” e “Vértebra Por Vértebra”. Esta última foi gravada em Paris, com arranjos da flautista argelina Amina Mezaache em harmonia com cordas (viola, violão e baixo) — elementos marcantes em todas as canções do álbum. Entre as faixas mais dançantes do disco está a solar “Me Dê”, que traz roupagem swingada com influências do ijexá e da música africana (com trombone, percussão e bateria), sendo a canção autoral mais forte da obra.

Martins capa

Além de Juliano Holanda, ele tem mais três parcerias no álbum: a música “Nossa Dança” com Paulo Neto, “Estranha Toada” com PC Silva e a intensa melodia de “Aquém de Mim” (Ju Valença/Martins), que recebe a sonoridade marcante do pianista Zé Manoel, de Petrolina, no sertão de Pernambuco.

Em sua passagem pela Europa, Martins também gravou a faixa romântica “Queria Ter Pra Te Dar”, que recebe arranjos inspirados na cultura árabe, e tem a produção musical de Rodrigo Samico, um dos seus primeiros parceiros. A faixa traz uma roupagem singular, delicada e totalmente acústica com viola, violão e bouzouki (instrumento típico da região). 

A estética do álbum é da artista pernambucana Priscila Lins (criadora das artes dos discos de Vinicius Barros e Marcello Rangel), a imagem da capa é do fotógrafo André Sidarta e a realização da Anilina Produções. O projeto tem incentivo do Funcultura, Fundarpe e Governo do Estado de Pernambuco.

O show de lançamento será dia 17 de dezembro, às 20h, no Teatro Luiz Mendonça, no bairro de Boa Viagem, no Recife.