+ Música: Dr. Dog, The Rascals, The Wave Pictures, Shearwater e Offspring

drdog fateDR. DOG
Fate
[Park The Van, 2008]

Eles são confundidos com banda de hip-hop, mas seu som busca referências em um outro tempo, mais precisamente o momento pop-psicodélico dos Beatles e do The Band. Este grupo da Philadelphia, com cinco álbuns lançados, traz o novo Fate às lojas com a intenção de alargar as influências. Por trazer tanta mistura ao seu bojo, o resultado tenha soado mais como uma colagem do que um amadurecimento na proposta artística. Bons momentos não faltam, é inegável, entre eles a sequência “The Old Ways” e “Army Of Ancients”, mas o resultado final é mal resolvido. A complexidade dos arranjos do Dr. Dog – sobretudo no álbum Easy Beat (2005) – ficaram diluídas aqui, mas um bom exemplo dessa característica perdida está em “My Friend”, que encerra o disco. [PF]

NOTA: 6,5

therascals rascalizeTHE RASCALS
Rascalize
[Universal, 2008]

Existem duas razões para o fato do The Rascals serem uma das bandas mais comentadas na Inglaterra nos último meses. A primeira é sua ligação com outra banda de sucesso da terra da Rainha, o Arctic Monkeys. Ligação não apenas artística – detratores acusam o Rascals de plágio – mas também profissional; o rascal Miles Kane forma junto com o monkey Alex Turner o The Last Shadow Puppets. A segunda razão é a incrível articulação de agentes, empresários e editores de publicações especializadas que fez o grupo estar na gigante Universal, além de capas de revistas e paradas de sucesso. A real é que o Rascals é um pastiche de várias bandas britânicas de sucesso, de The Coral a Keane. Eles souberam até emular o indie-rock dançante direitinho. E existe no álbum até uma tentativa de soarem sarcásticos, em “Does Your Husband Know That You’re On The Run”, com sua profusão de guitarras distorcidas. A única coisa que compartilham com outras bandas de sucesso recente do Reino Unido é fio da mocidade. Ainda dá tempo de remodelar a carreira e surpreender. Até aqui, não. [PF]

NOTA: 2,0

wave pictures instant coffee bbabyTHE WAVE PICTURES
Instant Coffee Baby
[Independente, 2008]

Nascida na era blogger onde os integrantes se conhecem através de redes sociais e a distribuição das músicas se dá quase que exclusivamente online, o Wave Pictures soube aproveitar bem esta configuração atual da música pop. Só este ano, já lançou vários singles e EPs, todos disponíveis em seu site oficial (entre eles o “hit” “I Love You Like a Madman”). Se utiliza também da máxima que mais vale boas idéias que técnica apurada. O vocal do David Tattersall é desafinado, desleixado e os acordes não trazem grandes surpresas. A banda deve agradar aos fãs de Twee e/ou Folk. Dentro dessa proposta, o disco é ok, mas não dá para relevar o fato de que muitas faixas do disco soam repetitivas. [PF]

NOTA: 6,0

shearwater rookSHEARWATER
Rook
[Matador, 2008]

O que esta banda do selo Matador tem de sensível, ela tem de calculado. A aparente contradição diz respeito à produção do disco, a cargo do co-fundador do grupo, Jonathan Meiburg, do Overkill River. Tudo é tão pensado e metrificado em Rook, que por mais que as canções tristes e cheias de piano emocionem não há como se surpreender com a construção do disco. Algumas faixas como “I Was A Cloud” chegam a ser minimalistas. Outro detalhe que espanta, desta vez na banda em si, é a obsessão por aves. Meiburg, ornitólogo usou referências de aves em várias faixas do disco, na capa, no nome (Shearwater é um tipo de pássaro). Até no conceito: da mesma forma que ouvir o canto de pássaros, é preciso calma e boréstia para apreciar as paisagens sonoras propostas aqui. [PF]

NOTA: 7,5

offspring rise and fall rage and graceOFFSPRING
Rise And Fall, Rage and Grace
[Columbia, 2008]

Cinco anos após o lançamento de Splinter, seu último CD de músicas inéditas, o Offspring reaparece com Rise And Fall, Rage And Grace abusando da fórmula do punk-pop perfeito que o consagrou. A trinca inicial de canções nos faz pensar que já ouvimos essas músicas antes. Se “Trust in You” lembra a banda no começo de carreira, “You´re Gonna Go Far, Kid”, assim como “Nothingtown” e “Stuff Is Messed Up” remete à época em que a banda americana começou a flertar com o pop, a partir do disco Americana. Os únicos momentos onde o disco perde sua consistência – e até mesmo sua coerência – são nas baladas “Fix You” e “Kristy, Are You Doing Okay?” – que são de esfriar qualquer show. Mas nem por isso o fã da banda vai deixar de gostar deste oitavo disco do grupo californiano. [GG]

NOTA: 7,0

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