Nova edição do Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife traz 21 filmes

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Cena de Amazonia, voyage en terres indigènes, em exibição no festival. (Divulgação).

Começa nesta quinta-feira, dia 3, no auditório da Aliança Francesa, do Derby, o IX Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife (FIFER), o mais antigo festival de filme etnográfico do Brasil. A edição de 2019 vai até o domingo, 6, e apresenta uma programação composta por produções que abordam a cultura do outro – seus saberes, artes e práticas. Serão 21 filmes de todo o Brasil e também estrangeiros vindos de países como Equador, França, Portugal e Moçambique, entre outros. O FIFER é uma vitrine relevante, onde grupos, muitas vezes subalternos, ganham visibilidade, através da projeção de filmes que os retratam.

Na programação deste ano, mais uma vez há um amplo espaço para obras que abordam o tema dos povos indígenas, através do olhar de quem pesquisa e trabalha junto com eles a exemplo de Em Bora, Além das Margens Amazônicas, de Leonardo Carrato, sobre os poderes xamânicos dos indígenas da tribo dos Bora e Quentura, de Mari Corrêa, que mostra mulheres indígenas da Amazônia observando os impactos das mudanças climáticas em suas vidas.

A programação do FIFER contará também com o seminário Filmar as Elites. Ele acontecerá no Centro de Educação da UFPE e explora o complexo campo das produções audiovisuais que se relacionam as elites. Como a literatura antropológica mostra, o termo elites não é absoluto, mas evidentemente relacional e visa identificar as múltiplas desigualdades entre grupos sociais diferentes. O posicionamento do pesquisador-cineasta, neste sentido, irá necessariamente influenciar a definição do grupo que é caracterizado como uma “elite”.

O seminário irá juntar antropólogos e antropólogas que trabalham com meios visuais sobre os temas elites e cineastas que realizaram relevantes obras sobre grupos que detém algum tipo de poder, evidenciando a relevância desta produção e os desafios que comporta. Entre os cineastas pernambucanos presentes teremos Dea Ferraz que apresentará o tema Câmara de Espelhos: cartografia de um processo e Marcelo Pedroso com a palestra Infiltração ou pactuação? Os limites éticos de se filmar o adversário.

Haverá também uma sessão especial que irá focar sobre o tema das elites. Nela serão exibidos os filmes O Grande Clube, de Jeolton Ivson, Câmara Escura, de Marcelo Pedroso e Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz. O festival é promovido e realizado pelo Laboratório de Antropologia Visual do programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco e tem o apoio da Associação Brasileira de Antropologia.

Informações e programação completa no site do festival.