Obras de Joan Miró ganham exposição no Recife

Miró 52.Le cheval ivre
Le cheval ivre (Divulgação).
Miró mirando Miró. (Foto: Divulgação).
Miró mirando Miró. (Foto: Divulgação).

O pintor surrealista Joan Miró (1893-1983) vai ganhar uma mostra na Caixa Cultural Recife, de 8 de outubro a 7 de dezembro. Um dos mais renomados artistas da história da arte moderna, o catalão ficou conhecido por explorar a pintura inspirada em sonhos e com forte teor fantástico. Ele acabou se tornando um dos nomes mais importantes da arte contemporânea e ícone do surrealismo.

A exposição A Magia de Miró, desenhos e gravuras, com abertura no dia 7 de outubro, às 19h30. A visitação é gratuita das 12h às 20h, de terça a sábado, e das 10h às 17h, aos domingos. A curadoria é de Alfredo Melgar, fotógrafo galerista em Paris.

L'Amazone (Divulgação).
L’Amazone (Divulgação).

Dos esboços aos últimos desenhos

A exposição traz 69 obras do artista e 23 fotografias de Miró, em preto e branco, tiradas por Melgar em visitas ao ateliê do pintor. Nas imagens, o artista aparece em diversos momentos artísticos e de descontração, revelando um plano mais íntimo e pessoal, pouco conhecido do catalão. Alguns dos desenhos em exposição são esboços ou notas, que refletem o universo onírico e o modo de produção do artista. São peças únicas, muitas delas realizadas em papel, com desenhos em várias superfícies, como lixa e papelão, feitos por Miró com lápis e giz de cera ao longo dos últimos cinco anos de sua vida.

As ilustrações da mostra correspondem a diferentes épocas, entre 1962-1983, e remetem ao processo criativo de Miró, que pintou e desenhou sobre qualquer superfície. A mostra já passou pelas CAIXA Cultural São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e depois de Recife segue para Salvador.

Le cheval ivre (Divulgação).
Le cheval ivre (Divulgação).

Nascido em Barcelona, em abril de 1893, Miró é um dos mais renomados artistas da História da Arte Moderna. Estudou com Francisco Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí. Em suas pinturas e desenhos, tentou descobrir signos que representassem conceitos da natureza num sentido poético e transcendental. Nesse aspecto, tinha muito em comum com dadaístas e surrealistas, sendo influenciado principalmente por Paul Klee.

A partir de 1948, entre Espanha e Paris, realizou uma série de trabalhos de conteúdo poético com variações temáticas sobre mulheres, pássaros e estrelas, entre eles esculturas. Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim pelo mural que realizou para o edifício da UNESCO, em Paris. Miró morreu em Palma de Maiorca, na Espanha, em 25 de dezembro de 1983.