Orlandeli na busca pelo olhar poético em Os Olhos de Barthô

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O quadrinista Orlandeli construiu uma carreira em transformar sentimentos em mote para suas histórias. O ponto de partida das tramas é quase sempre um estado de ânimo ou mesmo uma jornada profunda em busca de autoconhecimento. É um estilo muito particular e é interessante perceber que ele levou essa proposta artística até mesmo para Chico Bento – Arvorada, seu trabalho na coleção Graphic MSP, de Maurício de Sousa.

Os Olhos de Barthô, lançado no finalzinho de 2019, segue a mesma proposta de trabalhar uma jornada existencial dos personagens, no caso o Barthô do título. O protagonista é acompanhado desde a infância até a idade adulta e aparece como alguém que sempre vê o mundo com ternura. Sua visão leve, desprovida de maldade chega a ser ingênua, o que o leva a ser explorado e a receber toda sorte de violências.

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Ao longo de sua jornada de aprendizado, Barthô vai compreender que necessita entender como “olhar o mundo” com outros olhos. Trata-se de um gibi sobre empatia e compreensão do outro. Os desenhos de Orlandeli continuam trabalhando o minimalismo com boas soluções de enquadramento, o que funciona bem para o tom poético buscado para a obra.

Quem curtir o estilo do autor vale buscar outras obras como Daruma (Sesi-SP, 2016) e (Sic) (Conrad, 2009), de tiras, ainda o seu melhor trabalho.

OS OLHOS DE BARTHÔ
Orlandelli
[Gambatte, 2019]

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