Ortton, ex-Ortinho, se envolve em novo caso de misoginia e é exposto na web

ortton
Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.

O cantor pernambucano Ortton, antes conhecido como Ortinho, está envolvido mais uma vez em um caso de machismo e misoginia. A artista visual Joana Gatis foi ao Facebook para revelar conversas em que o cantor tenta humilhá-la. “Sei todos que te comeu. Eu também te comi. Fica na tua”, diz o print do chat postado por Joana.

O caso teve ampla repercussão nas redes sociais nesta segunda (25) e chamou ainda mais atenção pela reincidência. Em 2013, cobrimos as tristes declarações de Ortinho durante o Festival de Inverno de Garanhuns, quando ele disse que “apenas mulheres grávidas deveriam ser respeitadas”. “Só respeitem mulheres grávidas, nas outras podem meter o dedo no parreco, elas querem dar. Podem meter o dedo, que todo mundo quer foder”, disse ele no palco.

“Minha intenção é alertar que isso é machismo, é crime. Acho que é mais vergonhoso para ele do que para mim, porque eu não tenho vergonha da minha vida pessoal nem de com quem transei ou deixei de transar. Vergonhoso é mostrar quem ele é”, disse Joana, que decidiu expor a conversa privada para expor a agressão. A cultura machista, enfim, parece estar sendo vencida por uma arma ao alcance de todos: a internet.

ortinho2

Após o episódio de 2013, Ortton passou um tempo afastado e praticamente não mais se apresentou no Recife. Este ano ele lançou uma caixa com todos os seus discos solo, anunciou novo nome artístico e se apresentou em São Paulo. Nos anos 1990, ele foi parte da cena pop do Recife com a banda Querosene Jacaré. Ortton não foi encontrado para comentar o caso.

gatis

Músicos e pessoas da cena cultural local comentaram o assunto no Facebook. “Já que tem homem que não consegue aprender a respeitar as mulheres, tem que aprender a temê-las. Pussy Riot neles!!”, disse Helder Aragão, o DJ Dolores. “A capa de descolado tá gasta faz tempo. São pessoas que ofendem, desrespeitam, humilham. Espero que sejam cada vez mais expostos. Segue o lema-arma-instrumento: constranger quem constrange”, disse a jornalista Fabiana Morais, autora de Os Sertões e O Nascimento de Joicy.