Os vencedores do III Salão Internacional de Humor Gráfico de Pernambuco

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O quadrinista Rafael Coutinho foi um dos jurados (Foto: Alcione Ferreira/Divulgação)

O III Salão Internacional de Humor Gráfico de Pernambuco anunciou os vencedores nos melhores cartuns, caricaturas e histórias em quadrinhos na CAIXA Cultural Recife nessa terça (30/10).

Boligán (México) e Galym (Cazaquistão); Turcios (Espanha) e Joaquín Aldeguer (Espanha); e Evandro Alves (Brasil) e Rafael Corrêa (Brasil) foram os grandes vencedores da noite de premiação. A exposição vai até 9 de dezembro.

Destaque deste ano, as caricaturas de Escritores chamaram a atenção pela alta qualidade dos trabalhos, apresentados em diferentes técnicas e estilos. Turcios, artista gráfico colombiano radicado na Espanha, foi o grande vencedor da categoria, com uma representação geométrica quase cubista e ao mesmo tempo abstrata do escritor colombiano Gabriel García Márquez. O espanhol Joaquín Aldeguer ficou em segundo lugar com um desenho de inspiração modernista de Paulo Coelho. Já o seu conterrâneo Pugliese mereceu uma menção honrosa pela caricatura de Edgar Allan Poe. A distinção também foi dada ao brasileiro Ulisses, que retratou o casal Sartre e Simone de Beauvoir.

Fernandes, caricaturista de São Paulo e um dos cinco membros do júri, reforça o alto nível das caricaturas. “Dava para dar uns 10 primeiros lugares. Há grandes nomes, de gente muito boa, que não brinca em serviço. Acho que está à altura do salão e da organização. Fiquei impressionado com o cuidado com os trabalhos e o bom gosto da exposição”, disse. “No fim, penso que tivemos o melhor resultado dentro de um critério democrático, que resultaram das melhores obras do conjunto, com uma visão ampla de diferentes estilos e de maneiras de pensar e fazer humor gráfico”, arremata o cartunista cubano Ares, também jurado do SIHG.

Na categoria Cartum, o primeiro lugar foi para o cubano radicado no México Boligán. O profissional apostou na sutileza para tratar da dicotomia entre o meio analógico e o digital, mostrando um jovem que ao abrir um livro encara-o como um notebook. Do Cazaquistão, o cartunista Galym ficou em segundo lugar, com um desenho impactante que leva à reflexão sobre como o vazio existencial pode funcionar como inspiração literária. Receberam menções honrosas os trabalhos de Silvano Mello, do Brasil, e Rafat Alkhateeb, da Jordânia.

No caso das histórias em quadrinhos, cuja proposta era fazer Adaptações de obras de domínio público, todos os prêmios da categoria ficaram com brasileiros. Evandro Alves levou o primeiro lugar, com a sua releitura da trama de Guerra dos Mundos. O segundo lugar foi para Rafael Corrêa, que brincou com a mitologia grega do Minotauro. As menções honrosas foram para Daniel Dias Lafayette e Alexandre Azevedo.

Rafael Coutinho, quadrinista de São Paulo que também integrou o júri, diz que nunca participou de uma premiação tão exigente, mas observa que a quantidade de quadrinhos enviados poderia ser maior. “O quadrinho cresceu e floresceu dentro das feiras independentes. Acho que está na hora de os quadrinistas abrirem os olhos e entenderem que os salões estão absolutamente receptivos às HQs e que há uma clara demanda por expressões e projetos”, pontua.

Os trabalhos premiados foram escolhidos entre os 133 que participam da mostra, até o dia 9 de dezembro, na Caixa Cultural Recife. Os primeiros lugares nas categorias Cartum e Caricatura recebem R$ 5 mil em prêmios e os segundos lugares, R$ 3 mil. Já na categoria HQ/Tiras, os valores são de R$ 8 mil e R$ 4 mil, respectivamente. As menções honrosas não recebem premiação em dinheiro. Ao todo, o SIHG teve 704 inscritos, de 49 países, em todos os continentes.