Resenha: Grandaddy está de volta ainda mais melancólico, mas pouco inspirado

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7.5

O Grandaddy conquistou a importância de um dos maiores nomes do rock independente dos anos 2000 com um álbum bastante sentimental e afetivo, The Sophtware Slump, que por sinal envelheceu bem. De 2004 pra cá a banda tornou-se bastante reservada e eis que, dez anos depois de seu último trabalho eles retornam com Last Place, o quinto álbum de estúdio. Sem muitas surpresas, a banda retorna exatamente como esperávamos em termos estético. A diferença aqui é o tom: bem mais pesado que os anteriores.

Influenciados por nomes que apostavam no lado suntuoso e metódico do rock como Pink Floyd, o Grandaddy agora se apropria do electrorock para um disco que é um tantinho assim mais melancólico. Conhecidos pela unidade que trazem para os discos, este Last Place tem uma narrativa um pouco mais angustiada e nervosa. Jason Lytle, líder do grupo, diz que começou a pensar nas letras do álbum durante um período de sua vida em que estava “triste e pouco saudável”.

Faixas como “Evermore” e “The Boat is in the Barn” usam diversas alegorias para falar de como amadurecer é complicado e das agruras dos trintões comuns, tipo eu e você. Esse sempre foi o maior apelo da banda, de falar diretamente com o ouvinte através de músicas que eram afetuosas na forma e na letra. Aqui segue a mesma premissa, sendo que num tom mais pessimista. É a trilha de quem (ainda) não venceu.

Longe de ser um trabalho espetacular, como foram, The Sophtware Slump (2004) e Sumday (2006), Last Place mostra que o Grandaddy continua sabendo traduzir em músicas sentimentos como solidão e inadequação, ainda que longe da inspiração que mostrou no início da carreira.

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