“Sem anistia”: Atos em defesa da democracia pedem punição aos golpistas

Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília realizaram atos contra as invasões antidemocráticas no domingo

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Manifestantes lotam a praça da Cinelândia em defesa da democracia após atos golpistas em Brasília. (Fernando Frazão/Agência Brasil.)

Movimentos populares realizaram atos em defesa da democracia em diversas cidades pelo país nesta segunda (9), um dia após a invasão e vandalismo dos terroristas bolsonaristas no domingo, em Brasília. Os atos pediram a punição dos invasores das sedes dos Três Poderes da República — Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). 

Em São Paulo, a passeata aconteceu na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, os manifestantes se reuniram na Cinelândia. Já no Recife, o ato se concentrou na Praça do Derby e depois seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista.

A principal frase de ordem ouvida no protesto é “sem anistia”, em referência à responsabilização dos que promoveram, incentivaram ou financiaram os atos na capital federal. Natália Szermeta, da coordenação nacional do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e presidente da Fundação Lauro Campos, avaliou como “necessárias e contundentes” as medidas adotadas até o momento pelos representantes dos Três Poderes. Os manifestantes também pedem a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Mais do que as respostas institucionais, o povo brasileiro, que elegeu Lula, precisa ir às ruas, se manifestar e garantir uma democracia viva e que respeite a liberdade de expressão das pessoas, sejam individualmente ou politicamente, seja de crítica ou de apoio ao governo, mas dentro do que é permitido na democracia brasileira”, disse à Agência Brasil..

As ações terroristas em Brasília levaram à depredação do patrimônio público e destruição de peças de incalculável valor cultural e histórico. Os participantes do ato na capital federal não aceitam o resultado das eleições de outubro, que conferiu a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pedem um golpe militar no país. Muitos deles estavam acampados desde o ano passado em frente a quartéis do Exército.

Mesmo com o tempo chuvoso, por volta de 17h, a praça da Cinelândia, no centro da capital fluminense, começou a ser tomada por manifestantes.

No Recife, o ato contou com a articulação Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, da Coalizão Negra por Direitos e da Convergência Negra. A multidão seguiu da Avenida Conde da Boa Vista até finalizar a passeata no monumento Tortura Nunca Mais.

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Lula, governadores e ministros visitaram o STF depois dos atos de vandalismo praticados por terroristas bolsonaristas. (Foto: Ricardo Stuckert).

Lula recebe apoio dos poderes e governadores

O presidente Lula e governadores visitaram nesta terça (9) as instalações da sede do Supremo Tribunal Federal (STF) um dia após os atos terroristas que depredaram a sede do tribunal, o Congresso e o Palácio do Planalto. 

Após reunião com o presidente no Palácio do Planalto, os representantes estaduais atravessaram a Praça dos Três Poderes à pé para prestar solidariedade à Corte. 

Também acompanharam a caminhada a presidente do STF, ministra Rosa Weber, os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, além de ministros do governo federal e parlamentares. 

Após deixar o local dos destroços, o presidente falou com a imprensa. “A maioria das pessoas que votou no Bolsonaro, pessoas decentes, pessoas que são de direita, pessoas que têm apenas divergência ideológica, não concordam com o que aconteceu aqui. O que aconteceu aqui deve ser interesse apenas de uma minoria, de um bando de vândalos, um bando de bandidos que fizeram isso. Nós vamos descobrir quem é que financiou. Tem gente financiando, tem gente que pagou para vir aqui e tem gente que fomentou”, afirmou o presidente.” [Com informações da Agência Brasil, Marco Zero Conteúdo e G1]