Crítica: Yaeji faz house music introspectiva no disco de estreia

WHAT WE DREW 우리가 그려왔던 combina bem para esta nossa fase de isolamento e mistura dance com dream pop

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Foto: Micaiah Carter/Divulgação.
Crítica: Yaeji faz house music introspectiva no disco de estreia
7.5

A DJ e produtora coreana-americana Yaeji (nome artístico de Kathy Yaeji Lee) chega finalmente ao seu disco de estreia depois de alimentar o hype de nome promissor da música eletrônica com ótimos singles e EPs. Após diversas músicas talhadas para as pistas e um som encorpado com uma base pesada, com destaque para “Raingurl” (2017), a artista retorna com uma proposta mais introspectiva. WHAT WE DREW 우리가 그려왔던 combina bem para esta nossa fase de isolamento à medida em que foi pensado para embalar festas na sala de estar, numa vibe menos hedonista.

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Com letras mais existencialistas, a cantora reflete sobre amizade, família e solidão. Aproximando a house music com o dream pop, Yaeji fez um disco de eletrônica bastante experimental, com diferentes usos de distorções em sua voz, criando efeitos muitas vezes bizarros, como é o caso de “In Place 그 자리 그대로”, cantada em coreano. “In The Mirror 거울” também vai fundo na experimentação e traz um eletrônico distorcido. “MONEY CAN’T BUY”, com rimas de Nappy Nina, com uma vibe soturna e monocórdica traz elementos interessantes na produção e serve para ilustrar bem a proposta do álbum.

“WHEN I GROW UP” é uma das poucas que faz eco com seus EPs anteriores, mas ainda assim traz uma evolução muito lenta e pouco dançante. Para quem esperava uma evolução das divertidas faixas lançadas até aqui pela artistas, o álbum de estreia pode decepcionar, mas para quem busca propostas inovadoras na eletrônica, talvez valha a pena dar uma chance.

YAEJI
What We Drew 우리가 그려왔던
[XL, 2020]

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